Sistema tenta prevenir má conduta na polícia com indicadores de bom comportamento

Letícia Alves - Hoje em Dia
22/09/2015 às 07:35.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:49
 (CARLOS HENRIQUE)

(CARLOS HENRIQUE)

Um sistema baseado na experiência da polícia de Miami é a aposta do Estado para evitar casos que possam impactar negativamente a imagem da Polícia Militar (PM) mineira. Em fase de testes, o programa monitora ocorrências consideradas de risco envolvendo militares. A previsão é a de que em 2016 todos os batalhões estejam integrados na plataforma online.   Hoje, cinco unidades da corporação em Belo Horizonte, Contagem, Ibirité e Betim (todas na região metropolitana) e uma em Juiz de Fora, na Zona da Mata, estão usando o sistema, hospedado na intranet da PM. Os testes serão finalizados em dezembro, quando os resultados serão avaliados.   Psicóloga da PM, a tenente Daniela Venâncio explica que o sistema tem como objetivo identificar precocemente as situações de risco. “A gente acredita que isso vai minimizar em muito os casos de agravamento das condutas irregulares”.    DINÂMICA   Pela plataforma, será possível monitorar ocorrências que tenham um dos sete indicadores de alerta, definidos no chamado Sistema de Alarme Prévio (SAP), explica o corregedor da PM, coronel Renato Batista Carvalhais. Entre eles, o uso abusivo de álcool e outras drogas pelo policial, letalidade, violência doméstica e faltas ao trabalho por licença de saúde.    “Quando acontece algum desses eventos e é feito o registro de ocorrência, é disparado um alarme para o chefe desse militar”, detalha Carvalhais.    Depois disso, o comando estabelece medidas ao policial, que podem incluir recomendações, como a realização de sessões de terapia, e obrigações, como a retirada da arma.    A plataforma recebe informações do Sistema Integrado de Defesa Social (Reds) e do departamento de recursos humanos da polícia.    SIGILO   Os dados inseridos no sistema são confidenciais e o acesso a eles é restrito, destaca Carvalhais. Além do sigilo, as informações não poderão ser usadas ou resultar em processos administrativos e judiciais.    “Está dentro da questão de saúde. Apesar da corregedoria estar coordenando esse sistema, ele não é uma ação de correção administrativa, disciplinar ou jurídica”, frisou o coronel.    Os alertas gerados na plataforma são armazenados em um histórico. Caso o policial militar seja realocado em outro batalhão, as informações podem ser consultadas pelo novo comandante dele. Cento e cinquenta pessoas foram treinadas para esta fase de testes.    AVANÇO   Para o presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Ailton Cirilo da Silva, o sistema é um avanço. “Vem resguardar tanto a imagem da PM quanto da corporação”, avalia.    A plataforma também irá monitorar o envolvimento em ocorrências policiais e em processos administrativos disciplinares; em fase posterior, serão incluídos os processos criminais

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