Sobrecarregado, sistema de saúde de BH recebe verba do governo do Estado

Tatiana Lagôa
portal@hojeemdia.com.br
20/06/2018 às 17:55.
Atualizado em 10/11/2021 às 00:52
 (Eugênio Moraes/Arquivo Hoje em Dia)

(Eugênio Moraes/Arquivo Hoje em Dia)

Diante da paralisação dos profissionais do João XXIII e do consequentemente aumento da demanda nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de Belo Horizonte, o governo do Estado prometeu um repasse de R$ 60 milhões para a saúde na capital. Do valor, R$ 20 milhões já foram depositados e o restante virá em duas parcelas, a serem pagas nas próximas segundas-feiras.

O dinheiro poderá evitar um colapso no sistema de saúde da capital que, segundo o secretário municipal de Saúde, Jackson Pinto, já sente um aumento de mais de 10% no número de pacientes. Só na UPA Central, para onde são encaminhados os casos mais graves, houve elevação de 22%. Já o Pronto Atendimento no Hospital Municipal Odilon Behrens foi impactado em 12%.

"A questão não é só o aumento em números, mas a gravidade dos casos que têm chegado às UPAS", disse o secretário, em coletiva na tarde desta quarta (20). Ele explica que o não atendimento no João XXIII cria uma necessidade de insumos e medicamentos não esperados pela rede municipal de saúde. “Nosso sistema municipal de urgência e emergência poderia sofrer um colapso”, afirma. O risco é eliminado, por enquanto, com a liberação da verba.  

A única condição do governo do Estado para a realização do repasse é que uma parte do recurso fosse destinado para a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). Dos R$ 20 milhões já encaminhados, R$ 3,1milhões foram para a instituição ligada ao governo do Estado. Outros R$ 9 milhões foram para o Hospital Risoleta Neves, que tem a gestão compartilhada, sendo 60% do custeio de responsabilidade estadual, 15% municipal e 25% federal. Os R$ 7,9 milhões restantes terão a distribuição definida de acordo com as necessidades. O Hospital Metropolitano Célio de Castro, no Barreiro, estaria na lista dos contemplados.

O recurso quita uma parte da dívida do governo do Estado com o município. São R$ 23 milhões remanescentes de 2016 e 2017, além de R$ 120 milhões de 2018. Sendo assim, os R$ 60 milhões prometidos eliminariam metade do saldo devedor deste ano. Ficariam faltando ainda R$ 83 milhões.

Para Jackson, o dinheiro reduz a crise do sistema de saúde, mas não resolve todos os problemas. “O dinheiro que recebemos não faz nem cócegas. O orçamento da saúde na cidade é de R$ 3 bilhões. Acreditamos que não seja suficiente para fazer frente às despesas”, afirma.

Procurada, a Secretaria de Estado de Saúde disse necessitar de um prazo maior para pronunciamento porque a resposta envolveria várias áreas técnicas.   

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