Solução para a Izidora: proposta do Estado deixa parte da ocupação na área onde ela foi erguida

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
21/01/2017 às 15:38.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:30
 (FREDERICO HAIKAL/ARQUIVO HOJE EM DIA)

(FREDERICO HAIKAL/ARQUIVO HOJE EM DIA)

Criadas a partir de 2013 e alvos de vários imbróglios desde então, as três ocupações que formam a região denominada Izidora, localizada na zona Norte da capital, podem ter uma solução em breve. Lideranças das comunidades vão analisar uma proposta de regularização fundiária apresentada pelo governo de Minas. A ideia é que as famílias da Rosa Leão e da Esperança permaneçam onde construíram as casas, enquanto parte dos moradores da Vitória sejam realocados para que ali sejam construídos 4.700 apartamentos.

A proposta foi apresentada após várias reuniões entre as partes por meio do programa Mesa de Diálogo com Ocupações Urbanas e Rurais. Desde 2015 o governo promove debates com representantes das ocupações da Izidora na tentativa de encontrar uma saída pacífica para o conflito.

Conforme o Hoje em Dia mostrou na edição de ontem, as várias ocupações organizadas em Belo Horizonte têm estrutura consolidada e, algumas delas, número de habitantes maior que em quase metade dos 853 municípios mineiros.

5 mil famílias moram na izidora, segundo as lideranças da ocupação, localizada na região Norte de Belo Horizonte

Com mais de 5 mil famílias, a Izidora teve início de forma espontânea, sem acompanhamento de movimentos sociais. Antes da ocupação, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) já planejava para o terreno a construção de edifícios do programa Minha Casa, Minha Vida. O projeto inicial contempla mais de 13 mil unidades habitacionais.

“A proposta apresentada foi feita em parceria com a prefeitura da capital mineira. A ideia é implantar o projeto Vila Viva, regularizando a situação e fazendo um cadastro dos moradores. Somente uma parte será removida, com as famílias recebendo aluguel social ou sendo realocadas na região”, explicou Lígia Alves Pereira, coordenadora da Mesa de Diálogo, que atualmente faz um intermédio de 270 conflitos fundiários no Estado.

Esperança e Vitória foram criadas no mês seguinte

Análise 
De acordo com Charlene Ezídio, líder comunitária da Rosa Leão, os moradores esperam mais detalhes para que possam decidir se aceitam ou não a proposta apresentada pelo governo mineiro. “Quais garantias nós temos? Precisamos de detalhes para saber se serão cumpridas”, afirma.

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