Superbactéria KPC já matou quatro em hospital de Montes Claros

Gabriela Sales - Hoje em Dia
24/01/2014 às 21:35.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:34
 (Fábio Marçal/Divulgação)

(Fábio Marçal/Divulgação)

MONTES CLAROS – Após a morte de quatro pacientes no hospital Aroldo Tourinho por contaminação pela superbactéria Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC), a Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros, no Norte de Minas, tenta identificar a origem da infecção. Conforme a Secretaria de Estado de Saúde (SES), foram registradas 20 notificações de contaminação. Nove pacientes permanecem internados, dois estão infectados e os outros sete “colonizados”, ou seja, não desenvolveram a doença. A secretaria municipal não confirma os números.

Conforme informações da SES, em novembro de 2013, o hospital teve a suspeita do primeiro caso. A confirmação da contaminação foi apontada em dezembro com o resultado de exames realizados pela Fundação Ezequiel Dias.

A Secretaria Municipal de Saúde analisa se a superbactéria chegou à região por meio do trânsito de pacientes. Essa é a primeira vez que o caso é registrado no Norte do Estado. “Tudo indica que a bactéria tenha vindo de outra localidade através de algum paciente que esteve internado em outra cidade que possuía o histórico da infecção”, contou a secretária municipal de Saúde, Ana Paula de Oliveira Nascimento.

As contaminações aconteceram na ala de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital. Uma idosa e uma mulher adulta tiveram complicações com a infecção e morreram. Os óbitos aconteceram na primeira quinzena deste mês. A secretaria municipal não informou os nomes e nem a idade das vítimas. Parentes das pacientes não quiseram falar sobre o assunto.

Segundo a unidade de saúde, atualmente a situação no local está controlada e não há risco de novos casos. “É esse tipo de contaminação é restrito ao ambiente hospitalar e o Aroldo Tourinho já tomou todas as medidas de segurança necessárias. A população pode ficar tranquila”, explicou a administradora do hospital, Adriana Inácia Paculdino Ferreira.

Para tentar evitar a contaminação de outras unidades de saúde no Norte de Minas, a Secretaria Municipal de Saúde e a SES intensificaram as ações de controle e prevenção. “As vigilância sanitárias municipal e estadual, com o controle de infecção dos hospitais da cidade, estão adotando medidas mais rigorosas de contenção de infecção para que não haja novos casos na cidade”, salientou a secretária Ana Paula de Oliveira. Após a recuperação dos pacientes a ala da unidade de saúde será desinfetada.

Outros casos

Essa não é a primeira vez que uma unidade de saúde em Minas registra a ação da superbactéria. Conforme dados da SES, em Minas foram registradas três mortes em decorrência a complicação da doença.

Em 2012, em surto identificado no Hospital Regional Professor Osvaldo Franco, em Betim, na Grande BH, houve 25 casos notificados, sendo 14 infectados (desenvolveram doença relacionada à bactéria) e 11 colonizados (tinham a bactéria, mas não desenvolveram a doença).

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