Suposto mandante teria prometido R$ 10 mil ao executor de taxista no Centro-Oeste do Estado

Thais Oliveira - Hoje em Dia
06/11/2014 às 15:40.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:55

Dez mil reais teria sido prometido a Bruno Rodrigues, de 24 anos, para matar o taxista José Campideli, de 92 anos. O homicídio ocorreu em 28 de outubro, na cidade de Santo Antônio do Amparo, no Centro-Oeste do Estado. Luciano Andrade, vulgo Juca Tigre, de 37 anos, foi preso em casa, na cidade de Campo Belo, nessa quarta-feira (5), apontado como o mandante do assassinato. O idoso foi morto brutalmente ao ser espancado e enforcado. A motivação do crime seria uma disputa por terras entre as famílias do taxista e de Luciano.   De acordo com o delegado responsável pelo caso, Leandro de Prata Macedo, no fim de 2013, Bruno foi recrutado por Luciano para trabalhar como servente de pedreiro nas obras de construção de uma pousada na região. “Bruno contou que foi sondado por Luciano por diversas vezes desde o início das obras, em 2013, até meados deste ano. Luciano queria saber se ele faria esse tipo de 'serviço'”, disse o delegado. O 'serviço' seria a execução de José Campideli.   O crime teria começado a ser arquitetado em maio de 2014, quando Bruno foi trabalhar como servente de pedreiro em propriedades de José Campideli. “O Bruno tinha a intenção de conhecer melhor a vítima”, afirmou Macedo. Porém, foi somente cerca de 10 dias antes do fato que Bruno teria prometido matar o taxista. “Foi no domingo de eleições (26 de outubro) que os dois tiveram uma conversa e Bruno informou que faria o 'serviço' naquela semana”. O idoso foi morto dois dias depois dessa conversa com a ajuda de um adolescente de 14 anos.   “Até agora, as investigações apontam que o adolescente não sabia que o Luciano tinha mandado o Bruno matar José Campideli. O menor acreditava que seria um roubo e que depois matariam a vítima”, disse Macedo.    Motivação do crime   O delegado Luciano de Prata Macedo informou que tanto a família da vítima como a do suposto mandante do homicídio possuí vários terrenos na região de Santo Antônio do Amparo e têm certo poder aquisitivo.    Segundo o delegado, a rixa entre as famílias de José Campideli e Luciano é conhecida em toda cidade de Santo Antônio do Amparo e teria começado ainda na década de 1990. “O pai de Luciano tem várias ações civis na Justiça contra José Campideli. Nessas ações, parece que ele perdeu terrenos e lotes para o taxista. Parece também que o Luciano chegou a invadir terrenos do José Campideli”, contou Macedo.   Devido às brigas judiciais, Luciano já teria ameaçado José Campideli de morte em diversas ocasiões. “O Luciano dava 'fechadas' de carro no José Campideli, já cuspiu na cara dele e já o segurou pelo colarinho. O Luciano tinha muita raiva do José Campideli porque a sua família perdeu terrenos para ele”, afirmou.   Os dois presos suspeitos pelo assassinato do taxista já eram antigos conhecidos da polícia. Bruno Rodrigues já tinha passagem por tráfico, enquanto que Luciano Andrade já foi detido por roubo, estelionato, lesão corporal e falsificação de documento, entre outras. "Mas nos últimos tempos até que o Luciano estava mais quieto", comentou o delegado.   A dupla está presa no presídio de Lavras, no Sul de Minas Gerais. Já o adolescente foi entregue aos pais, pois, quando foi encontrado, o tempo do flagrante já havia passado. Os pais do menor, no entanto, tiveram que assinar um termo de responsabilidade, no qual, entre outras coisas, proíbe a saída dele da cidade.   Relembre o caso   O taxista José Campideli, de 92 anos, desapareceu no dia 28 de outubro após de ser chamado para fazer uma corrida. O corpo da vítima somente foi encontrado na madrugada de 30 de outubro, dentro de uma vala, na zona rural de Santo Antônio do Amparo, no Centro-Oeste do Estado.    Um dos suspeitos, Bruno Rodrigues, de 24 anos, foi preso em flagrante na tarde de 29 de outubro, mas foi um adolescente, de 14 anos, suposto comparsa do jovem, quem assumiu o crime.   Em 28 de outubro, um dos filhos de Campideli foi a um batalhão da PM depois de ter visto o carro do seu pai, um veículo Chevrolet Corsa, passando pelo Centro do município. No interior do veículo, estariam outros quatro ocupantes, sendo alguns encapuzados. Conforme as informações do boletim de ocorrência, o filho alegou que tentou seguir o veículo, mas acabou perdendo-o de vista.   Um intenso rastreamento foi feito pelos militares na cidade, mas a vítima e o veículo não foram localizados. O caso foi passado para a 10ª Delegacia de Polícia Civil de Santo Antônio do Amparo. Os policiais civis deram, então, início às investigações e conseguiram localizar o veículo no dia 29 do mês passado. “Quando tentamos abrir o carro, o alarme foi acionado e um homem apareceu”, contou o delegado Leandro Macedo Costa, responsável pela investigação.   O homem era Bruno, que alegou apenas ter roubado o carro e cerca de R$ 100, que estava com a vítima. “Durante as diligências, um menor também apareceu e confessou o homicídio”, afirmou Costa. De acordo com o delegado, o adolescente contou que, na companhia de Bruno,  enforcou e espancou a vítima.    Somente na madrugada do dia seguinte a dupla levou à polícia até o lugar onde estava o taxista. Segundo o delegado, o corpo foi jogado em uma vala, às margens de uma estrada da zona rural de Santo Antônio do Amparo. 

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