'Tchurma' de Bruno era 'horda de bandidos', diz promotor

Amanda Paixão - Do Portal HD (*)
23/11/2012 às 14:02.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:33

O promotor Henry Vasconcelos, que acompanha o julgamento do caso sobre o desaparecimento e morte da ex-modelo e amante do goleiro Bruno Fernandes, Eliza Samudio, pediu - durante a acusação dos suspeitos de participação no crime - que os réus sejam condenados.

Ao se dirigir aos integrantes do conselho de sentença no fim da manhã e início da tarde desta sexta-feira (23), Vasconcelos classificou os acusados como "horda de bandidos" e chamou de "facínora" o jogador, acusado de ter tramado o assassinato da ex-amante. O promotor afirmou ainda que réus e testemunhas mentiram na maior parte do tempo. Ao longo da sustentação, Henry citou informações referentes a como a vítima conheceu o atleta, em 21 de maio de 2009, e fala sobre o suposto sequestro dela. O representante do Ministério Público se referiu aos amigos de Bruno como "tchurma". "Onde Bruno e sua tchurma achavam que poderia dar cabo na vida de Eliza", disse em um dos momentos.

"Eliza foi mantida em cativeiro por horas, adormecida, levada a ingerir medicamentos abortivos e posteriormente liberada. Na ocasião, ela declarou que Bruno a advertiu para não procurar a polícia, porque se fizesse, ele ira matá-la", esclareceu.

As acusações continuaram: "ali se iniciava a crônica de uma morte anunciada", em referência ao escritor colombiano Gabriel García Márquez. "Depois disso Eliza foi se refugiar na casa de amigas em São Paulo e Santos", acrescenta.

Para o promotor, Eliza foi atraída ao Rio de Janeiro pela "proposta falsa e hipócrita de Bruno", transmitida por Luiz Henrique Romão, o "Macarrão". Ela teria buscado junto ao atleta, sempre através do amigo dele, agendar a realização do exame de DNA para comprovar a paternidade do filho. Porém, ele teria "enrolado" a mulher. Por causa disso, ela teria passado a realizar insistentes ligações para Macarrão, na tentativa de marcar os exames.

Luiz Henrique combina um encontro com a ex-amante do goleiro no dia 4 de junho de 2010. Para comprovar o fato, o promotor exibe uma lista com registro de ligações telefônicas entre os dois.

Em uma das datas, no dia 4 de junho daquele ano, ambos estavam próximo ao Hotel Transamérica, onde Eliza estava hospedada. Dali, eles partiriam para encontrar com Bruno, que estava em concetração para um jogo.

Depois disso, Eliza só recebeu mais uma ligação, desconhecida, de BH. O promotor alega que ela não pode mais usar o celular. "Há um salto do dia 4 a 9 de 2010 na listagem. Ou seja, ela foi privada do uso do aparelho. Mas Eliza tinha muitos contatos, era desentrosada com a família e tinha muitos contatos com os amigos", explica.

No mesmo período, durante a viagem ao Rio, Macarrão teria dito ao primo do goleiro, Jorge Luiz, que ia dar um susto na ex-modelo. O garoto ficaria escondido no banco traseiro do carro e, quando ele desse um sinal, o menino iria rendê-la. Dito e feito. Jorge a rendeu com uma pistola que foi apreendida.

Ele ressaltou que "Macarrão também deve ser condenado, porque sabia" que Elisa seria executada. Em seu depoimento, o então braço direito de Bruno afirmou estar "pressentindo" que a vítima seria assassinado quando a levou, a mando do goleiro, para a região da Pampulha, em Belo Horizonte, para ser entregue a um homem que ele alegou não saber identificar. A defesa deve começar a fazer sua apresentação nesta tarde.

Confira a cobertura completa do caso Bruno na página especial do Portal HD.

(*) Com informações do Estadão Conteúdo.

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