(Raul Mariano)
Terminou sem acordo o encontro entre a Prefeitura de Belo Horizonte, a Ordem dos Advogados do Brasil e representantes de camelôs, realizado na tarde desta sexta-feira (7). A OAB/MG participou para fazer a mediação da conversa.
Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria de Regulação Urbana, os camelôs mantiveram a reivindicação de permanecerem nas ruas da capital, o que é proibido pelo Código de Posturas. Dessa forma, a PBH ratificou a decisão de transferir todos os ambulantes para shoppings populares.
Nessa quinta-feira (6), foi realizado um sorteio de 1.134 vagas temporárias para dois locais, sendo que 567 camelôs informaram que têm interesse em migrar para os shoppings populares. Os espaços estão divididos entre o Shopping Uai, localizado no Centro, onde há 676 vagas, e o Shopping O Ponto, em Venda Nova, com capacidade para 871 vendedores. Agora os ambulantes terão que assinar um termo de ingresso na próxima semana.
Mas, devido ao alto índice de rejeição da proposta, novos protestos não são descartados. Uma das lideranças dos ambulantes, André Luiz, que participou do encontro com a PBH, afirmou que eles tentaram negociar mais prazo para sair das ruas, já que a transferência agora é temporária. Como não conseguiram, vão se reunir na próxima segunda (10) para definir novos rumos do movimento.
Nesta semana, os ambulantes realizaram vários protestos pelas ruas da cidade contra a proposta da prefeitura. Houve confronto com a Polícia Militar, que chegou a usar sprays de pimenta e bombas de efeito moral. Vinte e quatro pessoas foram presas por incitar a violência e causar danos ao patrimônio.
A reportagem tentou contato com a OAB, mas não obteve retorno.
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