Um treinador de uma escolinha de futebol do bairro Glória, na região Noroeste de Belo Horizonte, foi preso pela Polícia Civil suspeito de abusar sexualmente de três garotos, de 13 e 14 anos, alunos da instituição. A polícia acredita que outros jovens também tenham sido vítimas da ação do homem, que tem 27 anos.
A mãe de um dos adolescentes percebeu que o treinador trocava mensagens de teor suspeito com o filho pelo WhatsApp e denunciou o caso à Polícia Civil. O jovem, de 13 anos, disse que havia beijado o professor e depois confirmou que eles mantinham relações íntimas há cerca de um ano.
Durante as investigações, a polícia descobriu que outros dois estudantes de 14 anos também foram abusados. Além da troca de beijos, o professor e os adolescentes trocavam carícias dentro da escola, perto do campo de futebol em que as aulas eram ministradas.
Segundo a delegada Isabela Franca Oliveira, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, o treinador dava presentes para os jovens e os convencia a praticar os atos por meio de chantagens emocionais. Os alunos abusados receberam camisas de times, tênis, salgados e bombons e contaram à polícia que as práticas sexuais ocorriam contra a vontade deles.
De acordo com Isabela, o treinador dizia que estava investindo no futuro dos garotos na carreira futebolística e prometia agenciá-los, garantindo que os adolescentes poderiam jogar em clubes grandes. A Polícia Civil constatou também que ele mantinha uma relação muito próxima com os alunos e também com as famílias e chegava a frequentar a casa de alguns deles.
O suspeito está preso preventivamente pelos crimes de estupro de vulnerável, que tem pena de 8 a 15 anos, e estupro, com sentença de 8 a 12 anos. Ele nega que tenha aliciado os adolescentes e afirma que "dava os materiais para qualquer aluno que precisasse de ajuda financeira".
A delegada acredita que há outras vítimas da ação do treinador, que já trabalha na escola há 10 anos, e pede que essas pessoas procurem a Polícia Civil para denunciar. Ela ainda ressalta que é importante que os pais fiquem atentos às conversas dos filhos em redes sociais. "Foi através do monitoramento dos pais de um dos jovens que conseguimos chegar a essas três vítimas e possíveis outros adolescentes abusados", diz.