(Marcelo Prates)
O Ministério da Saúde adverte: acidentes são a primeira causa de morte de crianças e adolescentes de 1 a 14 anos no Brasil, e 40% deles ocorrem no trânsito. Em Minas, já foram 1.130 vítimas dessa faixa etária desde o início do ano, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde. Boa parte dos casos envolvem as crianças como pedestres. Nada menos do que 31% dos acidentes correspondem a atropelamentos. Para a coordenadora nacional da ONG Criança Segura, Alessandra Françóia, a falta de uma cultura de prevenção expõe as crianças a riscos desnecessários, como andar desacompanhada de um adulto antes de completar dez anos. “A criança é mais frágil e não é capaz de entender os riscos do trânsito pois ainda está desenvolvendo essas habilidades”, avalia. “O problema é que elas andam sozinhas com seis, sete anos”. Quando começam a sair sozinhas pelas ruas as crianças tornam-se as principais vítimas, reforça Françóia. Sinalização Crianças de 1 a 14 anos representam quase 50% dos casos de acidentes no trânsito em Minas. Na semana passada, uma menina de 13 anos faleceu após ser atropelada por um ônibus no bairro Estoril, zona Oeste de Belo Horizonte. O acidente ocorreu na esquina das ruas Mário Coutinho com Paulo Piedade Campos. Segundo moradores da região, o condutor do ônibus dirigia em alta velocidade e atingiu a menina quando ela chegava perto da calçada. Um dos problemas seria a sinalização inadequada no cruzamento. A coordenadora da ONG chama a atenção também para o risco de transportar crianças na garupa de motos. A lei permite pequenos passageiros com idade a partir de 7 anos. Alessandra Françóia defende que seria mais seguro a partir dos 12. Idaura Lobo Dias, especialista da Perkons, empresa que desenvolve e aplica tecnologia para a segurança no trânsito, cobra mudança de postura dos pais e do poder público. “É preciso planejamento viário que leve em consideração a fragilidade da criança e tente, de algum modo, protegê-la. A fiscalização também é um importante instrumento para garantir que as regras de segurança e de conduta estejam cumpridas. Já os pais devem ter orientação e informações para seguir todos os procedimentos e recomendações para transitar em segurança”.