(Fábio Rodrigues Pozzebom)
Quem nunca teve contato com o vírus da dengue não deve ser imunizado contra a doença. A recomendação foi dada nesta quarta-feira (29) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo a pasta, pesquisas preliminares e ainda não conclusivas apontam que indivíduos podem desenvolver formas mais graves da dengue quando usam a vacina sem ter tido contato prévio com o vírus.
O dado foi informado nesta semana pelo fabricante da vacina, o laboratório Sanofi-Aventis. A possibilidade de contrair a doença existe quando pessoas soronegativas - que nunca entraram em contato com o vírus -, são vacinadas e, posteriormente, expostas ao vírus da dengue.
"A vacina em si não desencadearia um quadro grave da doença nem induziria ao seu aparecimento de forma espontânea. Para isso, é necessário o contato por meio da picada de um mosquito infectado", detalhou a Anvisa.
Com a nova recomendação, a imunização agora só é considerada segura para aqueles que já foram infectados pelo vírus. A Anvisa está avaliando os dados completos dos estudos e, por enquanto, apenas bula da vacina será atualizada.
Recomendação
Até que a avaliação seja concluída, a Anvisa recomenda que a vacina não seja tomada por pessoas soronegativas. Segundo a Agência, este risco não havia sido identificado nos estudos apresentados para o registro da vacina.
A Dengvaxia foi aprovada no Brasil em 28 de dezembro de 2015. Antes de ser registrada, a vacina foi estudada em mais de 40.000 pessoas em todo o mundo. Atualmente a vacina da Sanofi é a única aprovada no Brasil.
O produto é indicado para imunização contra os quatro subtipos do vírus da dengue. Para as pessoas que já tiveram a doença, o benefício do uso permanece favorável.