Vandalismo deixa rastro de prejuízos em Juiz de Fora

Renata Miranda - Do Hoje em Dia
15/10/2012 às 06:51.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:13
 (Felipe Couri)

(Felipe Couri)

JUIZ DE FORA – Telefones públicos destruídos, muros pichados, monumentos depredados, escolas arrombadas e praças públicas avariadas. O vandalismo deixa um rastro de prejuízos para os cofres públicos. A Prefeitura de Juiz de Fora, de janeiro a setembro deste ano, já gastou R$ 5,8 milhões com a recuperação dos bens. Para os cientistas sociais, este quadro é reflexo da falta de educação e fiscalização ordinária. A administração municipal garante que há vigilância constante, mesmo assim, não consegue coibir a ação dos depredadores.

Em apenas um dia de ronda pela área central da cidade, a equipe do Hoje em Dia encontrou inúmeros exemplos da ação dos vândalos. O mobiliário urbano é o principal alvo. Parte de monumentos furtados, lixeiras queimadas e telefones públicos completamente destruídos. A prefeitura informou que o efetivo de 124 homens da guarda municipal contribui para amenizar o problema. Mas, mesmo assim é impossível dar conta de tudo e os casos se sucedem e surpreendem.

Há pouco mais de um ano, as obras de revitalização da avenida Deusdedith Salgado, uma das entradas da cidade, foram concluídas. O projeto de paisagismo previa o plantio de palmeiras imperiais. Tão logo as mudas foram plantadas, ladrões levaram as plantas. Isto aconteceu por três vezes. Para recompor os canteiros, a administração municipal gastou mais de R$ 7 mil.


Até o centenário Cine Theatro Central não escapa das pichações

Nem mesmo os prédios tombados pelo patrimônio histórico escapam das ações criminosas. Na última quarta-feira (10), as paredes laterais do Cine-Theatro Central amanheceram pichadas com siglas de facções criminosas como CVC (Comando Vermelho da Capital), ADA (Amigos dos Amigos) e referências a gangues de bairros. O prédio foi erguido no início do século XX e tem linhas do estilo art déco, com ornamentação interna assinada pelo pintor italiano Ângelo Bigi. Atualmente faz parte do patrimônio da Universidade Federal de Juiz de Fora. Segundo a Secretaria de Cultura, deve ser reforçada a guarda do prédio, que é orgulho da cidade.

O Marco do Centenário é outro patrimônio que sofre com o vandalismo. O monumento concebido pelo arquiteto Artur Arcuri em 1949 ostenta um painel planejado pelo modernista Di Cavalcanti. Foi construído para celebrar os 100 anos de emancipação de Juiz de Fora, em 1950. Mas hoje ele sofre com a falta de respeito. Pichação, pastilhas do painel arrancadas e lixo depositado no seu entorno são constantes.
Conforme Vítor Valverde, qualquer intervenção para recuperar o marco precisa ser aprovada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.


Educação

A educação seria o melhor caminho para mudar a mentalidade de pessoas incivilizadas que destroem o patrimônio que pertence a todos. Mas às vezes é justamente no ambiente escolar que começam as aulas de depredação. Conforme a Secretaria de Educação, uma creche no bairro Vitorino Braga foi invadida três vezes num único fim de semana de setembro. Além de pichar os muros e arranhar quadros, os invasores quebraram utensílios e mobílias. Foi preciso instalar câmeras de vigilância em todos os prédios para coibir a ação dos vândalos.

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