Videogames podem ser benéficos na educação e socialização de crianças

Marcelo Ramos - Hoje em Dia
09/08/2014 às 09:48.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:43

Da mesma forma que a TV, os videogames sempre foram taxados como vilões contra os estudos. E os argumentos são contundentes. A molecada fica horas diante da tela e esquece de comer, ir ao banheiro, tomar banho e, claro, de fazer as lições de casa.

Bom, mas para alegria da garotada, o psicólogo e pesquisador da Universidade de Oxford, na Inglaterra, Andrew Przybylski, publicou uma pesquisa mostrando que os videogames podem ser benéficos aos estudos e na socialização de crianças e adolescentes. Por aqui, especialistas em educação também defendem que os games podem trazer resultados positivos, mas, assim como o colega britânico, ressaltam que é preciso bom-senso no uso dos joguinhos.

Especialista em redes sociais e videogames, o cientista também é autor de um estudo que mostra que jogos com temas violentos não desencadeiam comportamento violento em crianças e jovens. Segundo a pesquisa, alterações nos comandos e na lógica de raciocínio diante do desafio proposto pelo jogo causam frustração e, assim, deixam os jogadores propensos à agressividade.

Para realizar a pesquisa, Przybylski ouviu 5 mil crianças e adolescentes, e 75% dos entrevistados afirmaram jogar videogame diariamente. De acordo com o estudo, os alunos que fazem uso dos jogos por até uma hora diária apresentaram melhores resultados no cumprimento das tarefas e também na socialização com os demais, quando comparados às crianças que não jogam videogame. Por outro lado, jovens que passam mais de três horas por dia diante do joystick apresentaram os piores resultados.

Para o professor Francisco Liberato, que compõe a diretoria do Colégio Logosófico em Belo Horizonte, o segredo é ensinar a criança a administrar o tempo.

Sem Excessos

“Hoje, os pais têm um grande desafio, devido à necessidade de pai e mãe trabalharem fora, que é ter tempo disponível para se dedicar ao desenvolvimento dos filhos, tanto nas atividades de lazer, quanto nos estudos. Quando não há excesso, certamente há benefício”, ponderou Liberato.

A educadora Adriana Haddad segue a mesma lógica de pensamento. Na escola que dirige é desenvolvido um projeto pedagógico há mais de um ano, que, inclusive, utiliza um videogame. “Temos um Xbox 360 e é impressionante como eles se desenvolvem rápido. A tecnologia instiga a curiosidade das crianças e estimula os demais sentidos, o que é benéfico”, observa.

“Mas é preciso fazer um uso moderado, senão o que é bom se torna um problema”, alerta.

Em casa, a filha caçula da educadora – Júlia, de 10 anos – gosta de brincar com o Nintendo Wii ou joguinhos no tablet do pai. Mas a brincadeira é dosada. “Somos muito criteriosos com nossos horários em casa, sempre dando ênfase para os estudos. Quando ela está com a semana tranquila, geralmente deixamos que jogue na sexta-feira.
No fim de semana é liberado”, disse Adriana. Júlia não gasta mais do que 1h30 com os games. “É o limite dela, não preciso nem pedir para desligar”, garante a mãe.

A garota corrobora. “Não jogo todos os dias, mas gosto muito, mas primeiro sempre faço os deveres. Uma coisa legal é que os joguinhos são em inglês e espanhol e sempre aprendo novas palavras”, observou Júlia.

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