Vinho e cerveja ajudam a blindar artérias do colesterol ruim

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
20/07/2015 às 06:29.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:59
 (Luiz Costa)

(Luiz Costa)

Se beber ou não beber for a questão, a resposta será clichê: sim, mas com moderação. A afirmação não reserva surpresas, mas deve ser levada a sério. Isso porque depois de muito se falar sobre os benefícios e riscos das bebidas, médicos e nutricionistas vêm alinhando os discursos e defendendo que, de fato, existem vantagens no consumo de doses moderadas, sobretudo, dos produtos fermentados.

As opções com mais propriedades benéficas à saúde são o vinho e a cerveja. No primeiro caso, os resultados obtidos com a ingestão de duas taças diárias, pelos homens, e de uma, pelas mulheres, são, além da ação antioxidante, o aumento de até 10% do chamado colesterol bom (HDL) – resultado semelhante ao obtido com os exercícios físicos –, e a diminuição da formação de coágulos.

“Esse conceito (de que vinho faz bem) existe e vem sendo estudado. Volta e meia sai algo na imprensa leiga e nas publicações científicas. O efeito antioxidante não deixa o colesterol ruim (LDL) se fixar nas paredes dos vasos sanguíneos”, explica o cardiologista José Pedro Jorge Filho.

Segundo ele, é seguro afirmar que pessoas que bebem pequenas doses de vinho, diariamente, são mais beneficiadas do que as que não consomem nada. Já quem bebe muito deixa de ter qualquer tipo de benefício. “Álcool em excesso pode provocar aumento de pressão, arritmia, alcoolismo, transtornos de comportamento e miocardiopatias”, alerta.

Sem culpa

Para os que sabem dosar o consumo, a gerente de Nutrição do Hospital do Coração de São Paulo, Rosana Perim, acrescenta à lista de benefícios a contribuição da cerveja, uma das bebidas preferidas e mais consumidas entre os brasileiros.

“Nesse caso, o maior fornecedor (de benefícios) é o lúpulo. As cervejas são ricas em fibras e minerais, além de ter vitamina B, que é muito importante para nossa saúde”, enumera a nutricionista. Segundo ela, de maneira geral, as bebidas fermentadas apresentam boas propriedades nos componentes.

Para quem teme o aumento da barriguinha, outra boa notícia: a culpa não é da cerveja, mas dos acompanhamentos. “O ideal é pedir petiscos mais saudáveis, como queijos magros, espetinhos de legumes e brusquetas. Bebidas destiladas têm teores alcoólico e calórico maiores do que as fermentadas, então, quem está brigando com a balança deve evitá-las”, aconselha Rosana Perim.

BENEFÍCIO COMPROVADO

Ciente do proveito que pode tirar de algumas bebidas – e de que ele vai além do mero prazer de consumi-las –, o designer de ambientes Cássio Diniz, de 38 anos, não abre mão de um bom vinho. Ele conta que tomou gosto pela bebida há quase duas décadas e, desde então, não fica sem.

“Bebo pelo menos três vezes por semana. Tenho algumas garrafas que ficam abertas, cada uma de um tipo de uva, e escolho conforme o humor, para relaxar e melhorar a energia”, comenta.

Para ele, que também faz parte de um clube de assinantes e recebe, em casa, exemplares de vinhos de toda parte do mundo, os benefícios, reais, foram comprovados depois de conhecer a produção.

“Vi pesquisas que mostram que o vinho faz bem à saúde e sobre a longevidade que proporciona. Conheci algumas vinícolas em viagens e tudo que se fala é provado nesses lugares. Também conheci pessoas mais velhas que têm o hábito de consumir a bebida e que são mais relaxadas e vivem melhor”, diz.
Surpresa: cerveja tem ação antioxidante e ajuda na reidratação

Geralmente consumidas no happy hour e nos finais de semana para descontrair e relaxar, as cervejas também podem ser aliadas da saúde se forem consumidas adequadamente. Além dos benefícios listados pela gerente de Nutrição do Hospital do Coração de São Paulo, Rosana Perim, alguns tipos da bebida são capazes de reidratar atletas, e outros possuem ação antioxidante – proveniente do lúpulo – mais acentuada do que a de alguns vinhos.

“Mas, claro que não são as do nosso dia a dia”, ressalta o beer sommelier Tulio Rodrigues, também de São Paulo. Segundo ele, para quem pratica atividades físicas, por exemplo, existem cervejas com baixo teor alcoólico e mais sais minerais. Algumas marcas, inclusive, patrocinam eventos esportivos.

Moderação

Mas, para que essas informações não sejam utilizadas como desculpa para o consumo exagerado, Rosana afirma que a estratégia de economizar no consumo durante a semana para compensar nos sábados e domingos é equivocada.

“Beber muito em um ou dois dias faz a pessoa exceder os limites diários recomendados. Isso pode favorecer o ganho de peso, porque o álcool se transforma em açúcar, e ainda altera o triglicérides e o funcionamento do fígado”.

Como profissional, Rodrigues também enfatiza a importância de não cair em tentação, principalmente, porque o Brasil já oferece os 120 estilos de cervejas produzidos no mundo inteiro. Segundo ele, porém, apesar da oferta e do aumento no consumo nos últimos cinco anos, a procura por informações também tem se destacado.

“A busca por cursos é notória. Em 2010, trouxe ao Brasil o primeiro curso de sommelier de cerveja e, hoje, já existe uma cultura muito grande sobre esse universo”, comenta o profissional, que ainda dá a dica: “Se beber, não dirija. Beba sempre com moderação. Beber menos, seguramente, é beber melhor”.

Cientistas descobrem relação entre marcas genéticas e depressão
A presença de marcas genéticas pode ser um caminho para a busca de tratamentos específicos para a depressão. Cientistas ingleses fizeram, pela primeira vez, uma associação entre genes e o diagnóstico da doença. Quase 7% da população mundial tem depressão, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 400 milhões de pessoas. O estudo, publicado pela revista Nature, uma das mais respeitadas pela comunidade científica, foi desenvolvida na Universidade de Oxford. A descoberta pode ajudar a entender melhor a biologia da depressão, além de definir alvos genéticos que medicamentos podem atingir no futuro. Apesar da descoberta, as variantes são responsáveis por menos de 1% das chances de uma pessoa desenvolver a doença.

Plaquetas de sílica são testadas para diagnóstico rápido da hanseníase
Um novo método, mais simples, não invasivo e de baixo custo, para diagnosticar a hanseníase foi desenvolvido no Laboratório Innovare Biomarcadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Pela nova metodologia, basta uma plaqueta de sílica de 1 cm² ser colocada sobre a pele do paciente e pressionada levemente por um minuto. Depois, o material é processado e analisado. Com esse procedimento, é possível identificar, em cerca de 5 minutos, marcadores lipídicos em pacientes com a doença. Atualmente, os testes de diagnóstico da hanseníase mais utilizados são a histopatologia diagnóstica e a baciloscopia, que dependem da biópsia da pele, considerada um processo invasivo e de baixa sensibilidade para formas mais brandas da doença, que se manifesta, principalmente, por lesões cutâneas e redução da sensibilidade ao calor, à dor e ao tato.

Pesquisa da USP sugere Manteiga enriquecida para tratar alzheimer
Pesquisadores brasileiros demonstraram que o consumo de um tipo de manteiga enriquecida com ácido graxo extraído do leite ajuda no tratamento de pacientes em fase inicial do Alzheimer. A dieta aumenta a atividade de uma enzima vinculada à memória e reduz os danos da doença ao cérebro. O estudo é desenvolvido na Universidade de São Paulo (USP).
 

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