Volume de drogas apreendido no Aeroporto de Confins neste ano supera o de 2017

Raul Mariano
rmariano@hojeemdia.com.br
06/08/2018 às 20:35.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:47
 (Polícia Federal/Divulgação)

(Polícia Federal/Divulgação)

Os flagrantes de tráfico internacional de drogas têm se tornado cada vez mais comuns em Minas Gerais. De janeiro até julho deste ano, cerca de 12 quilos de cocaína já foram apreendidos pela Polícia Federal (PF) com pessoas que tentavam embarcar para outros países no Aeroporto Internacional de Confins, na Grande BH. Um volume 13% maior do que o montante recolhido em todo 2017.

No último domingo, no terminal, um jovem de 20 anos que tinha como destino Lisboa, em Portugal, foi preso com nada menos que 100 cápsulas da droga no intestino. Na semana anterior, uma mulher já havia sido detida ao tentar viajar para Joanesburgo, na África do Sul, levando na mala cinco quilos de pasta base do entorpecente. Em troca, ela receberia a quantia de US$ 400.

Até o fim de julho, as apreensões de skunk – variedade mais potente da maconha – também extrapolam os volumes de 2017, segundo dados da PF.

Até o momento, 28,5 quilos da droga foram encontrados pelos policiais, quase 19% a mais do que a quantidade recolhida no ano anterior.
Para o delegado federal Elster de Moraes, o crescimento dos flagrantes está ligado à ampliação do aeroporto de Confins, que passou a receber um número maior de voos internacionais. “Logo que identificamos esse aumento do fluxo, percebemos que a probabilidade das apreensões cresceria. Então, mudamos com o nosso canil de cães farejadores (que ficava no Gutierrez, Oeste de BH) para Confins0, o que tem motivado mais ocorrências”, explica o policial, que é chefe da Delegacia de Repressão à Droga.

71 mil comprimidos de ecstasy foram apreendidos no terminal da Grande BH em 2017

Perfil

Se no passado as chamadas “mulas” – quem se arriscava transportando entorpecentes em troca de dinheiro – eram figuras comuns nos flagrantes da PF, hoje o perfil é bem diferente e heterogêneo.

Há homens e mulheres de diversas idades, muitas vezes vindos da classe média alta, dispostos a se estabelecer no ramo e aliciar cada vez mais pessoas, afirma Elster Moraes. “Em muitas casos são esclarecidos, geralmente com histórico de viagens internacionais, que têm interesse de integrar esses grandes grupos ligados ao tráfico”, observa o delegado.

onfins neste ano

Rotas

A Europa e a África são os principais destinos das substâncias ilícitas que saem do Brasil, principalmente a cocaína, mas o movimento inverso também acontece, segundo Moraes. Há registros de passageiros chegando ao território com haxixe e drogas sintéticas como o ecstasy.

Apesar do vai e vem, o delegado afirma que o problema persiste porque a demanda mundial de entorpecente continua crescendo, apesar dos flagrantes. “Somos vizinhos dos únicos países produtores de cocaína do mundo. É o preço que pagamos por estarmos nessa posição geográfica”, afirma.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por