(YouTube/ Marcos Piangers)
Participar ativamente da rotina dos filhos é a dica de ouro da criação infantil. Grande parte dos homens sabe disso - cerca de 88% concordaram com a afirmação, em levantamento realizado pelo Google no ano passado, mas a prática ainda mostra que as mulheres tomam as rédeas da educação de meninos e meninas (mais de 80% das crianças são cuidadas por mães, avós ou madrastas, de acordo com o IBGE de 2017). O futuro, porém, poderá ser diferente, com pais que buscam na internet informações sobre como exercerem melhor essa função fraterna.
É o que mostram os dados do Google sobre canais no YouTube feitos de pai para pais. De acordo com a pesquisa interna da gigante de internet, 40% da audiência dos vídeos de cuidados infantis é formada por homens interessados em entender melhor a paternidade mais ativa. No Brasil, pelo menos três homens toparam a empreitada e têm ganhado interesse - e views.
O canal do pai de duas meninas Marcos Piangers tem o maior número de seguidores: são mais de 170 mil. Em um dos vídeos, Marcos fala sobre a importância de dizer 'eu te amo' aos filhos. Sucesso: mais de 600 mil visualizações. Na playlist, discussões sobre pais que decidem se eximir da função paterna, a importância da família e o uso excessivo do celular pelas crianças.
Já o canal Paizinho, Vírgula! enfatiza a educação infantil. Entre os vídeos que atraem o público, Thiago Queiroz, pai de dois meninos, fala da necessidade de impor limites, das birras, palmadas e dos castigos. A iniciativa tem quase 38 mil pessoas inscritas.
Outro canal de destaque é o S.E.R. Pai. O site foi criado por Pedro de Oliveira em 2015 e traz relatos dele e de outros pais sobre angústias e dificuldades comuns de quem escolhe investir na paternidade ativa. O espaço, que é seguido por mais de nove mil pessoas, conta com reflexões em vídeos de até cinco minutos sobre assuntos que vão desde 'a hora de dar mamadeira' a temas como 'o que é ser pai?'.
Sem tabus
Marcos Piangers, em entrevista ao projeto Google Think, vai direto ao ponto sobre a educação fraterna. “Pais afetuosos são mais felizes. E isso não faz deles menos homens”. Esse é o caminho que mostra que, aos poucos, homens têm ajudado a reconstruir a imagem de que não podem ou não devem cuidar dos filhos ou de que isso é papel exclusivo das mães.
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