Lançamentos cresceram 200% em BH e Nova Lima, com 570 novos empreendimentos

Rafaela Matias
rsantos@hojeemdia.com.br
18/06/2018 às 08:35.
Atualizado em 10/11/2021 às 00:47
 (Maurício Vieira  )

(Maurício Vieira )

A crise econômica que assola o país parece ter ficado para trás no mercado imobiliário, principalmente em relação aos imóveis de luxo. No primeiro trimestre de 2018, Belo Horizonte e Nova Lima ganharam 570 novas unidades residenciais. Dados do Censo Imobiliário, realizado pela Bureau de Inteligência Corporativa (Brain) e divulgado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), mostram que o número é o maior dos últimos seis trimestres e representa um crescimento de 200% em relação aos últimos três meses do ano passado, quando foram lançados 190 novos empreendimentos. Para o consumidor, o reaquecimento pode trazer preços um pouco mais salgados: o custo médio do metro quadrado na capital subiu de R$ 8.022 para R$ 9.175, uma diferença de 1,7%.

Além dos lançamentos, o número de vendas também subiu. Nos primeiros três meses deste ano foram vendidos 549 apartamentos, número 53,78% superior ao observado nos últimos três meses de 2017 e o maior dos últimos três trimestres. Com o resultado, o estoque disponível para comercialização voltou a superar a casa de 4 mil unidades e encerrou o mês de março em 4.017 imóveis disponíveis para a venda. 
Segundo o Sinduscon-MG, o resultado se deve às melhores perspectivas para a economia em 2018, com as projeções sinalizando incremento de 1,8% no PIB, inflação mais baixa e taxa de juros em queda. 

O preço médio por metro quadrado subiu com a melhora do cenário econômico, chegando a R$ 9.175. A alta foi de 1,7% em relação a 2017 

“A redução da taxa de juros e a queda da inflação proporcionaram um ambiente mais otimista e os empresários decidiram voltar a fazer lançamentos. Um fenômeno interessante é que quando há lançamentos, as vendas também aumentam. É um ciclo virtuoso que cria efeito positivo, movimentando a economia e gerando mais empregos”, diz o vice-presidente da Área Imobiliária do Sinduscon-MG, José Francisco Cançado. 

Ele ressalta, porém, que os dados são referentes ao primeiro trimestre do ano e a greve dos caminhoneiros foi um imprevisto que poderá afetar os resultados ao longo do ano. “A tendência é continuar crescendo, mas um possível aumento da inflação e dos juros pode afetar o mercado imobiliário. Isso nós só saberemos nos próximos estudos”, diz. 

Professor do Ibmec/MG, o engenheiro Otávio Nascimento, que também presta consultoria para construtoras, ressalta a importância do reaquecimento. “O mercado teve uma retração muito grande, então qualquer melhora já significa muito. Ainda não estamos nos números normais, mas é animador que os investidores estejam mais otimistas. Isso mostra que o mercado imobiliário está retomando a credibilidade. Ainda não estamos em uma fase boa, mas já saímos do fundo do poço”, afirma.
 

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