É para durar: peças-curinga e móveis multiúso dão vida longa a quartos infantis

Patrícia Santos Dumont
pdumont@hojeemdia.com.br
21/05/2017 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:37

Caprichar na decoração do quarto infantil nunca sai de moda. Mais em alta, porém, do que o tradicional azul e rosa é a mistura de tons neutros e cores alegres a móveis atemporais e versáteis que combinam com tudo e qualquer idade. Composições que não definem época nem engessam o ambiente são escolha certeira para quem deseja criar um espaço bonito, cheio de personalidade e ao mesmo tempo durável.

O ponto de partida deve ser a marcenaria, ensina a designer de interiores Fabiana Visacro. Item mais caro do projeto – correspondendo, muitas vezes, a 80% do orçamento – ela é a base para o restante do ambiente e deve ser muito bem planejada para garantir autonomia à criança e evitar dores de cabeça no futuro. “Os móveis resolvem tudo. Tornam o ambiente bonito, organizado e a partir deles conseguimos direcionar o restante da decoração”, ressalta a profissional. 

Na hora de se planejar, dê preferência às peças-curinga, que têm mais de uma utilidade e podem ser carregadas de um lugar para outro sem muitas dificuldades. Tons amadeirados são uma sugestão interessante para quem quer fugir do lugar-comum do “tudo branco”.Daniel Mansur/Divulgação / N/A

BEBÊ MODERNO - Laura Santos fugiu do óbvio das cores suaves, como rosa e lilás, e apostou nos tons mais sóbrios e neutros, como o de aspecto jeans escolhido para o papel de parede; a poltrona e a mesinha de canto, mais modernas, podem ser aproveitadas também em outros cômodos da casa

Se a ideia for manter o quarto útil por mais tempo sem a necessidade de grandes reformas, fundamental também é escolher com cautela a paleta de cores. Segundo a designer de interiores Melina Mundim, cada vez mais os quartos convencionais têm cedido espaço para a criatividade. Esqueça o rosa e o azul, que já saíram de moda, e aposte em tons mais atuais e divertidos que valem para menino e menina. Amarelo, verde e o sempre atual preto e branco são sucesso na certa! 

Além de úteis e duradouros, nichos e prateleiras nunca saem de moda e podem ser utilizados para diferentes finalidades: aposte neles e nos objetos decorativos

“Assim como aquele quarto clássico, cheio de bordados e objetos, tudo azul e rosa já saiu um pouco de moda. Arrumar a casa ficou mais caro. A tendência agora é buscar itens que durem mais tempo, principalmente quando o assunto é o quarto das crianças”, reforça Melina. De acordo com a designer, com bom planejamento é possível criar espaços que durem até 20 anos modificando somente itens pontuais. 

Detalhes

Quando a demanda for por estampas da moda ou por cores vibrantes que podem “carimbar” a decoração, ideal é imprimi-las em peças menores, substituídas com mais facilidade e menos investimento. “Enjoou, é só trocar”, ressalta Fabiana Visacro. 

No cantinho dos bebês, a dica de ouro também é fugir dos móveis com prazo de validade e apostar em opções mais duráveis. Ao invés da tradicional cômoda para troca de fralda, por exemplo, prefira uma bancada básica, que pode virar apoio para peças decorativas ou mesinha para os estudos, mais tarde. Osvaldo Castro/Divulgação

LÚDICO NA MEDIDA - Quarto planejado pela designer Fabiana Visacro para uma menina de 3 anos ganhou um toque lúdico nos adornos e almofadas, que podem ser substituídos com mais facilidade e economia; o restante da decoração, mais clean, foi pensado para garantir vida útil mais longa ao ambiente

“Não faz sentido planejar um quarto para ser usado somente por um ano, um ano e meio. A maioria das mães, hoje em dia, pensa em decorações mais atemporais, substituindo a satisfação pessoal pela praticidade. Os gastos que valem a pena são direcionados para coisas mais necessárias”, enfatiza a designer de ambientes Laura Aguiar, que sugere um planejamento priorizando a dupla função e a utilidade. 

Dicas

– Quartos de criança devem priorizar áreas de produção, voltadas para brincadeiras, e também um cantinho para os estudos. Bancadas com alturas diferentes (45 e 75 centímetros) são uma alternativa interessante, pois possibilitam o uso até a fase adulta.

– Escolha móveis versáteis, que podem ser aproveitados não só por um período de tempo maior, mas têm funções diversas, como uma bancada de estudos que serve também para dispor objetos decorativos ou a poltrona do quarto do bebê, que pode ser reutilizada na sala.Osvaldo Castro/Divulgação

PARA CADA FASE - Bancadas em duas alturas diferentes são opção inteligente para acompanhar as diferentes alturas da dona do quarto - hoje com 3 anos; no projeto, cômoda ganhou rodinhas e a atmosfera infantil ficou por conta do papel de parede estampado e colorido

– Prefira usar estampas temáticas, como as do desenho animado preferido, em acessórios, como as roupas de cama e as capas de almofada: o investimento é menor e o trabalho para substituí-los quando a moda passar, também.

– Seja criterioso ao escolher os móveis do quarto do bebê, que acabam “perdidos” muito rápido. Prefira, por exemplo, uma bancada com gaveteiros soltos à tradicional cômoda para troca de fraldas. O primeiro móvel tem vida útil mais longa e pode ser utilizado até em outros locais da casa.

– Programe o espaço do berço já imaginando que ali, mais tarde, haverá uma cama: calcule 90 centímetros e não somente 70 centímetros. Planejar bem a área trabalhada ajuda a economizar tempo com reformas.

Além disso

Outra forma interessante e criativa de repaginar os ambientes infantis sem precisar investir grandes quantias são os adesivos. Ao contrário dos papéis de parede, mais trabalhosos para aplicar e remover, eles são práticos e podem custar até dez vezes menos. Para usá-las, basta ter criatividade. O acessório permite aplicação na parede inteira, em detalhes ou até criando estampas, como de mapa-múndi, sempre em alta. 

“Para remover o papel é preciso molhar a superfície. Além de provocar uma pequena sujeira, na hora de tirar, a tinta da parede pode vir junto. Para quem quer menos trabalho, o adesivo é uma ótima opção”, destaca a designer de interiores Melina Mundim, lembrando que a substituição do recurso pode acontecer num intervalo mais curto de tempo.

Praticidade

Os adesivos costumam ser feitos em material lavável e a aplicação, muita prática, é ensinada até em tutoriais disponíveis na internet. O preço varia muito, partindo de R$ 20 e chegando a R$ 100, dependendo do tamanho e da estampa escolhida. Os papéis, por sua vez, além de serem mais caros, requerem aplicação de um profissional para evitar a formação de bolhas de ar. Para se ter uma ideia, o metro pode chegar a R$ 600. 

“Como os quartos infantis são ambientes que precisam ir ‘crescendo’ com a criança, os adesivos são um bom recurso para mudarmos a cara do ambiente sem precisar trocar os móveis e a decoração. Dependendo do modelo, a própria criança pode fazer a aplicação e isso permite que ela personalize o próprio espaço, estimulando a criatividade e fazendo com que ela se sinta parte do projeto”, ressalta a arquiteta e designer de interiores Carmen Calixto. Rodrigo Tozzi/Divulgação

BONITO E VERSÁTIL - Adesivo de bolas colado na parede é opção prática, econômica e que pode ser trocada a qualquer momento; modernidade é a marca registrada da decoração feita por Melina Mundim, que substituiu o tradicional trocador por uma bancada multifuncional: mobiliário versátil é tendência

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