A temporada de frio só dá o ar da graça em 2016, mas serve de aperitivo para as antenadas

Lady Campos* - Hoje em Dia
25/10/2015 às 09:04.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:12
 (Agência Fotosite)

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SÃO PAULO – Em tempos de crise, a moda se reinventa, ou melhor, tira de si o melhor. Esse é o legado deixado pela edição inverno 2016 do São Paulo Fashion Week, que terminou na última sexta-feira. Com line-up mais enxuto, apenas 29 desfiles, a semana de moda paulista, que representa o calendário brasileiro do setor, apontou a diversidade e os diferentes caminhos que cada uma das grifes tomou. Em comum, a temporada evidenciou o que as marcas têm de melhor: o DNA de cada uma e o exercício da resiliência (palavra herdada da física que diz respeito à capacidade de adaptar à má sorte ou às mudanças).

NOVO BOHO
Neste cenário, a imagem mais cultuada é a da mulher guerreira, que se desdobra em múltiplas leituras, como a que busca praticidade ou conforto – e aí entram uma gama de tecidos tecnológicos e silhuetas esportivas e/ou mais soltas. Tem também aquela que deseja desbravar o mundo, botando em cena o aspecto nômade e étnico. E, ainda, aquela guiada pela sorte e com um pé no esoterismo, com pegada boho místico. Nas duas últimas, a predominância da marcante década de 70.

Impossível não citar o couro e o tricô como elementos onipresentes na temporada de frio. O couro exerce papel fundamental nas coleções e aponta os holofotes para materiais que também lembram o mesmo. Dessa vertente, superfícies metalizadas prometem ser a bola da vez. Já o tricô é reinventado de mil e uma maneiras. Desde a meia malha ao tramado de aspecto canelado e com brilho lurex, chegando ao jacquard elaborado de maneira impressionante.

ANOS 90
A trama evidencia ainda tweed, bouclê, xadrez fio tinto, lã, angorá e o veludo – que deixa a poeira dos anos 70 e adquire novo perfume.

Ainda do rico período 1970’s, o folk tem força para fazer sucesso em roupas de inspiração na arte decorativa, na tapeçaria e no resgate do Oriente Médio. Daí, bordados e aplicações que enriquecem a mais minimalista das peças.

Se a cobertura da roupa vem recheada de elementos tecnológicos, de interferências de bordados, aplicações de metal e brilho, a forma da mesma é simplificada, apelo bastante comum na década de 90. E é com esse período que o inverno 2016 começa a flertar. O estilo prático e mais comportado é ancorado na alfaiataria e atualiza a roupa em cortes assimétricos e fendas. São elas que provocam desejo em saias e vestidos midi. Sim, o comprimento chegou com força. A temática encurta as calças mais retas e folgadas e também as jaquetas (quem tem mais de 30 anos, certamente se lembra da febre das jaquetinhas). A estética dos anos 90 deixa a minissaia com cintura mais alta e um pouco evasê e também insere abotoamento duplo nos casacos.

Tecidos sobem pelo pescoço e pela cintura das calças com o retorno triunfal da gola rolê e da calça clochard, aquela com quadris mais amplos, cintura alta com cinto delineando a região e pernas afuniladas. A década de 90 coloca em cena ainda o tema gótico, que chega ao inverno 2016 com pitadas do período vitoriano, misturando romantismo com rebeldia.

* Enviada especial

 

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