(Wesley Rodrigues)
Se tem uma tendência que vai bombar no inverno é a dos looks monocromáticos. Da cabeça aos pés, uma cor só. Isso foi o que se viu nas passarelas e no street style das principais semanas de moda do mundo que apresentaram as coleções para esta temporada.
Quando se pensa em uma composição monocromática, talvez o look all black seja o primeiro a vir à mente, além de ser o mais prático e eficiente.
Nada mais normal, já que o “pretinho básico” permanece um fenômeno desde que Coco Chanel, em 1926, enxergou o potencial estético de um vestido nessa cor e imortalizou a peça e o conceito.
No entanto, os tempos são outros e a moda é um processo constante de adaptação e reinvenção.
O ícone do século passado se une à atualidade da tendência e gera looks nada básicos.
Mas, na prática, para adotar no escritório ou na balada o que está em voga nas lojas e passarelas, ficar por dentro de algumas informações de estilo é o suficiente para arrasar.
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Mix
A mistura de tecidos é a chave para uma produção de sucesso, afirma a consultora de imagem Regina Petruceli.
“Tanto para o preto quanto outras cores, mixar materiais distintos e texturas tornará o visual mais moderno. Pode-se coordenar um tecido mais leve com um colete de pelos, que é superatual, por exemplo”, explica.
Opinião compartilhada pelo estilista mineiro Victor Dzenk. “As misturas são muito bem-vindas. O volume de um tecido mais pesado com um outro mais fluido irá quebrar a barreira do preto e criar um efeito tridimensional”, aponta.
Contrapeso
Balancear peças de pesos visuais diferentes também é uma opção válida para a montagem de looks em uma cor só, destaca a Regina Petruceli.
“Uma calça mais sequinha, mais justa, ficará bem coordenada com uma peça oversized, usando mais uma tendência atual”, ensina.
O contraste com acessórios que chamem a atenção como sapatos, bolsas e bijuterias é igualmente uma dica de estilo da consultora de imagem. “O prata e o dourado se destacam nas composições”.
Curiosidade
A preferência pelo uso de preto nas roupas varia de acordo com a idade, destaca o livro “A Psicologia das Cores”, da autora Eva Heller – altamente utilizado por publicitários e profissionais das diversas áreas do design. A cor é a eleita por 10% dos homens e mulheres.
No entanto, essa predileção se diferencia dentre os de pouca idade. Vinte por cento dos homens de 14 a 25 anos citaram o preto como cor preferida; dentre os de 26 a 49 anos, apenas 9%; já no grupo dos acima de 50 anos, nenhum citou o preto como cor predileta.
Cerca de 15% das mulheres jovens citaram o preto como a cor que mais gostam; dentre as com mais de 50 anos, apenas 6%.
Quanto mais idade se tem, menos se aprecia o preto, concluiu a pesquisa incluída na publicação. O motivo levantado é que os jovens pensam no preto como roupa da moda e carros caros; os idosos pensam na morte.
Controverso
Os artistas do Impressionismo – tendência pictórica iniciada na França, no fim do século 19 – não consideravam o preto uma cor e as pinturas que usavam o preto eram até censuradas naquela época.
Para os integrantes da corrente artística, era uma “não cor”, assim como para a física, que denomina o preto como a ausência de todas as cores.
Modelo: Vivian AndradeCabelo e Maquiagem: Ivonete Rodrigues, do Instituto de Beleza Eliza MartinsPeças: Bendita Veste, Cajo e Victor DzenkSapatos: EquipageLocação: Mocca Coffee & Meals (Vila da Serra – Nova Lima)