Mais saúde é o plano: pacotes de serviços veterinários evitam rombos no orçamento

Patrícia Santos Dumont
pdumont@hojeemdia.com.br
05/05/2017 às 14:41.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:24

Garantir a saúde do pet nem sempre é barato. Para evitar desequilíbrios inesperados no orçamento, sobretudo quando o animal adoece de repente, demandando muitos exames e até internação, uma boa alternativa é contratar um plano de saúde veterinário. Um valor mensal já garante consultas, vacinas e tratamento oncológico de mais um dependente da família.

Pioneira no segmento em Minas, a Dog Life instalou-se em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e já tem filial em Brasília (DF). A empresa não revela o número de clientes, mas confirma a procura crescente por planos de saúde para os animais de estimação. 

“Hoje em dia os animais têm passado cada vez mais tempo em casa com os donos e isso reforça a cultura de prevenção a doenças. O bem-estar físico e mental do bicho reflete também na saúde da família com a qual tem tido convivência mais íntima e constante”, justifica o CEO da empresa, Antônio Augusto Starling.

Ele explica que a contratação do seguro é semelhante ao serviço oferecido aos humanos. A diferença está na quantidade de autorizações, que varia conforme o “porte” do pacote, ou seja, quanto mais alto o valor pago, maior o número de procedimentos permitidos no ano.

Os preços partem de R$ 45 (animais jovens e de pequeno porte) e chegam a R$ 200 (pets com mais tempo de vida e maiores). A raça do pet também é considerada, assim como a existência prévia de doenças. 

Cães dominam

Atualmente, cerca de 70% dos pacientes da empresa são cães. A pensionista Norma Salomão Sena engrossa a estatística. Há sete anos, Astrogildo, de 10, e Pepeca, de 7, têm a segurança do atendimento a qualquer hora. “É uma tranquilidade e tanto. Se eles precisarem ser internados, por exemplo, não preciso ter uma reserva financeira”, comenta Norma, justificando os R$ 316 que desembolsa todo mês. 

Marize Murad também é adepta do conforto para o poodle Gugu, de 15 anos, que tem carteirinha do plano de saúde desde os 4. “Fiz o mais completo prevendo a velhice dele. Uso muito para vacina, consulta e já removemos o tártaro dos dentes”, detalha a confeiteira, que incorporou os R$ 106 ao orçamento da família. Wesley Rodrigues

O poodle Gugu, de 15 anos, ganhou plano de saúde da dona, Marize, aos 4

Doenças crônicas, como insuficiência renal e cardiopatias, além de câncer, podem impedir a contratação

Mais de 120%

Gerente de Produtos da Célebre Corretora de Seguros, de São Paulo, Camila Pietra Marangoni comemora o boom do setor. Segundo ela, em 2015 e 2016 a procura pelos planos da Health for Pet, pioneira no Brasil e atualmente administrada pela Porto Seguro, cresceu 120%. São Hoje 15 mil clientes atendidos em São Paulo, Guarulhos, Campinas, Baixada Santista, Rio de Janeiro e BH.

Os planos têm preços fixos, independentemente da raça, porte e idade do animal e vão de R$ 100 a R$ 323. O que muda é a complexidade da cobertura: somente ambulatorial, ambulatorial e hospitalar e com possibilidade de reembolso para atendimentos fora da rede credenciada. 

Ao todo, mais de 900 estabelecimentos, dentre clínicas, hospitais, pet shops, laboratórios e especialistas cadastrados. “As pessoas se conscientizaram de que não basta só cuidar como antigamente. É preciso tratá-los como membros da família. A maioria quer evitar doenças e aumentar a expectativa de vida do animal”, observa a gerente de produtos da empresa.

a 8 anos

Ponto a ponto:

Antes de contratar um plano, observe:

– Serviços ofertados e tipo de cobertura
Alguns preveem somente atendimento veterinário e vacinas; outros, incluem serviços em pet shops e até descontos em medicamentos. Chefe do setor de fiscalização do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais (CRMV-MG), o veterinário Messias Lobo recomenda observar ainda se o serviço é registrado e se tem um responsável técnico. “Importante verificar também a abrangência da cobertura, o número de procedimentos autorizados e a rede credenciada”.

– Coloque os gastos na ponta do lápis
Considere as necessidades do seu animal e o que espera ter de retorno com o plano no curto e médio prazos. Algumas coberturas têm o preço mais salgado, mas incluem todo tipo de serviço. Avalie se vale a pena investir agora para economizar depois, mesmo porque, com o tempo, os animais desenvolvem doenças crônicas.

– Atenção às carências
Assim como nos planos convencionais, de humanos, as contratações preveem um período mínimo para a cobertura de determinados serviços. Alguns procedimentos podem levar até seis meses para serem autorizados, caso de cirurgias. Se o objetivo é ter atendimento imediato, analise antes as cláusulas do contrato e veja se vale a pena.

– Preço pode ser alto, mas pode ser diluído no tempo
Planos de saúde são uma opção principalmente para quem não consegue poupar dinheiro e não quer ser surpreendido com despesas alta a serem pagas de uma vez.

– Olho nas licenças de funcionamento
Assim como os profissionais precisam ter registro nos Conselhos Regionais, clínicas e pet shops também têm de ter alvará de funcionamento e certificado de registro no conselho de classe, alerta o veterinário Messia Lobo. Fique atento aos registros legais para evitar aborrecimentos futuros.

Animais assistidos recebem um chip, implantado sob a pele; o equipamento permite que o profissional consultado acesse o prontuário do pet em qualquer lugar

Além disso

A opção da chef de cozinha Renata Abreu, de 30 anos, para resguardar a saúde da border collie Ruth, de 4 anos, foi fechar um pacote diretamente com o veterinário. A mensalidade paga ao profissional é salgada, admite, mas vale a pena, tendo em vista os gastos com o animal ao longo do ano. “Criei cachorros a vida inteira e sei que serviços de emergência, principalmente, não são baratos. Não se gasta menos de R$ 300 numa ida à clínica para vacina e consulta”, exemplifica. O serviço contratado no fim do ano passado custa R$ 360 mensais e dá direito a um pacote de serviços previamente apresentados à cliente. O menu, que não limita a quantidade de serviços, inclui atendimento em casa, vacinas, consultas, cirurgias e até retirada de tártaro dos dentes da cadela. “Em se tratando de saúde do animal, prefiro assim. É como se o veterinário fosse o pediatra particular”, diz. Editoria de Arte

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