Para ver e copiar: mineiras dão guinada após a maternidade e inspiram outras mães

Patrícia Santos Dumont
pdumont@hojeemdia.com.br
14/05/2017 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:32

A rotina e as responsabilidades mudaram. Mais do que isso: o modo de ver e de pertencer à vida também deixou de ser o mesmo.

Com a chegada da maternidade e diante dos perrengues que vieram com ela, a fotógrafa Karen Oliveira Aun, de 35 anos, viu-se obrigada a reformular o jeito de viver. Acabou tornando-se inspiração para uma legião de mulheres que a seguem nas redes sociais. 

Para livrar-se dos quase 30 quilos que incorporou à silhueta durante a gestação de Elias, hoje com 6 anos, e aumentar as chances de ter uma segunda gravidez saudável do início ao fim, Karen modificou completamente a dieta e passou a fazer atividade física. A guinada foi registrada em um diário virtual no Instagram (@perdadepeso).

Mal sabia que a empreitada pessoal teria impacto coletivo. Comer melhor, emagrecer e entrar em forma para esperar um bebê e dar à luz tornaram-se prova de que é possível conciliar a vida de mãe à de mulher sarada. Incentivo e tanto para quem ainda acredita que “o corpo não volta ao normal depois dos filhos”.

“Engordei 27 quilos e tive pressão alta no fim da primeira gestação. Precisei fazer repouso no último mês. Um ano depois, ainda 18 quilos acima do peso e com o desejo de engravidar de novo, tive que me reinventar”, lembra a belo-horizontina, que saiu do médico direto para uma academia.

Hoje, a fotógrafa, mãe também de Benjamin, de 3 anos, coleciona fotos de antes e depois e uma porção de depoimentos de seguidoras que chegam de todas as formas, o tempo todo. Os objetivos principais, reforça, continuam sendo sentir-se bem, manter a vida saudável e dar o exemplo, principalmente dentro de casa. O resultado, porém, é muito maior do que isso. 

“Não faço apologia a corpo sarado. Ser saudável é um estilo de vida. O mais bacana é ver a influência sobre tanta gente. Minha mãe, por exemplo, que sempre foi sedentária e hipertensa, conseguiu diminuir a dose do remédio e em um ano espera ficar livre dele graças à nova rotina”, comemora.Reprodução Instagram
SEM NEURAS – À esquerda, Karen há cinco anos, quando “caiu a ficha” sobre a necessidade da mudança; a vida mais equilibrada a ajudou a ter um corpão

Renascimento

A mudança igualmente inspiradora da jornalista Manu Melo Franco, de 37 anos, se assemelha à história de Karen por um detalhe: ela também renasceu com a chegada do primogênito, Tomé, de 5 anos.

“A lógica não era ele se encaixar na nossa realidade, mas a gente viver outro momento, outro cenário geográfico e estilo de vida para recebê-lo. Era hora de nascer junto com ele e com outras coisas em que acreditávamos mais”, conta a mineira de Lagoa Santa, que vive com o marido, Hugo, e os dois filhos (ela também tem Nina, de 3 anos) em uma fazenda, na Bahia, com outras 11 famílias e 24 crianças. 

Lá, eles plantam o que comem, vivem próximos da natureza, educam as crianças da forma como desejam e, agora, estão aprendendo a fabricar as próprias roupas. 

Como forma de manter as memórias para a posteridade, uma espécie de álbum fotográfico na nuvem, Manu criou um blog (notassobreumaescolha.wordpress.com) e alimenta uma conta no Instagram (@manumelofranco). 

“Nunca tive a pretensão de mostrar que isso ou aquilo era melhor. Mas outras pessoas foram vendo e se inspirando em uma nova possibilidade de vida, de infância. Quero contar nossa experiência para que cada um ache seu próprio caminho”, resume.Arquivo pessoal

DE MALA E CUIA – A jornalista Manu com o marido, Hugo, e as crianças: quando o primogênito nasceu, família decidiu sair da cidade grande, adaptando a vida dos adultos ao que acredita ser melhor para a prole 

Além disso

O gatilho da mudança da supervisora contábil Tatiana Andreza Alves de Almeida, de 30 anos, foi disparado no aniversário de um ano da filha Felipa, que faz 4 no mês que vem. O tempo havia passado, mas as lembranças físicas da gestação, não. Dos 15 quilos adquiridos, apenas cinco haviam ido embora.

O resultado: um corpo com o qual não se identificava mais. “Fiquei assustada quando me vi nas fotos. Precisava de ajuda. Decidi, então, criar um grupo no Facebook (Gostosa é a Mãe), onde poderia trocar dicas, receitas e me manter motivada”, conta. 

A ideia surtiu não só o efeito esperado – perder peso e voltar à velha e boa forma – como gerou frutos: uma conta no Instagram (@gostosaeamommy), que um ano depois de criada contabiliza mais de 1 mil seguidores.

“Sempre fiz atividade física e fui uma grávida ativa, mas achava que podia comer tudo. Com o nascimento dela, parei de trabalhar e deixei de lado os cuidados comigo mesma”, lembra Tatiana, que mora em Contagem, na Grande BH. 

Nas redes sociais (juntas, as contas ultrapassam 2 mil seguidoras), a mãe de Felipa, que garante ter fechado a “fábrica”, compartilha a vida real e as possibilidades de compatibilizar os papeis de mãe e esposa, o trabalho, a rotina na academia (de segunda a segunda) e uma alimentação saudável, feita em casa e sem frescuras. “Derrubei o estigma de que mãe não pode se cuidar. A gente tem que olhar no espelho e se sentir gostosa”, brinca. Reprodução/Instagram

GOSTOSA, COM ORGULHO – Tatiana derrubou o estigma de que quem tem filho não pode se cuidar. Concilia trabalho com academia e os papéis de mãe e mulher

Confira galeria com outras imagens das mães que inspiram:

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