Armadilha digital: vídeos 'batizados' que chegam pelo WhatsApp deixam celulares vulneráveis

Patrícia Santos Dumont
pdumont@hojeemdia.com.br
11/12/2016 às 09:25.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:02

Spams, correntes e mensagens duvidosas fazem parte do cotidiano de quem está conectado. Começaram nos e-mails com os famosos arquivos PowerPoint, migraram para as redes sociais, como Orkut e Facebook, e, agora, se instalaram no WhatsApp. Além de uma terrível e inconveniente febre, são uma potencial ameaça para os smartphones. Sobrecarregam a memória, consomem a bateria e podem até infectar os aparelhos com vírus e softwares espiões. 

Pacotes de dados esgotados num piscar de olhos, falta de espaço para armazenar novos arquivos e bateria que acaba em poucas horas são os principais indícios de que algo vai mal com o celular. Para não cair em armadilhas a boa e velha dica é: não abra tudo o que recebe! Dentre os conteúdos nocivos, vídeos e links aparecem no topo como os mais traiçoeiros. 

“A tecnologia veio para ficar e isso é indiscutível. A questão, agora, é saber usá-la, já que existe uma dependência muito grande, tanto pessoal quanto organizacional. Lentidão costuma ser o primeiro sintoma, já que os conteúdos nocivos ‘rodam’ o tempo inteiro em busca de informações do usuário. Por causa disso, a bateria também dura menos. É um efeito cascata”, detalha o consultor, doutor em ciência da informação e professor no Instituto de Educação Tecnológica (Ietec), Fernando Zaidan. 

Desabilitar o armazenamento automático de fotos e vídeos recebidos pelo app é tarefa número 1 para quem deseja ficar livre de riscos. Dessa forma, garante-se, pelo menos, espaço para baixar novos conteúdos (confiáveis!) e navegar pela web com segurança. 

76% dos brasileiros que têm celular utilizam o whatsapp. Esse índice, que chega a 82% na África do Sul, coloca o país como o segundo entre os seis maiores mercados do aplicativo. No mundo, são 1 bilhão de usuários

BRASIL NO TOPO

Nos últimos três anos, o tempo gasto pelo brasileiro diante do smartphone praticamente triplicou, saltando de 1,3 hora por dia, em 2012, para 3,7 horas, em 2015. Os dados são de uma pesquisa da GlobalWebIndex, empresa que compila métricas do mundo digital, e que coloca o Brasil no top cinco dos mais conectados do planeta.

Assim como os computadores, celulares também precisam ser reiniciados de vez em quando. Além de demandarem um antivírus para identificar e eliminar ameaças, o liga e desliga semanal permite checar atualizações e identificar danos ocultos.

“Para quem participa de grupos em que a troca de conteúdo é constante, sugiro ainda o uso de drives de compartilhamento, como o Google Docs e o Dropbox, mais seguros”, ensina Zaidan.

‘Etiqueta’ on-line é fundamental

Segundo a psicóloga Sylvia Flores, professora no Centro Universitário Newton Paiva, em BH, o uso exacerbado das redes sociais e o compartilhamento frenético de conteúdo via WhatsApp fazem parte da mudança dos códigos sociais de conduta. Ela ressalta, no entanto, que é preciso estabelecer um limite entre o uso da tecnologia e o vício no contato virtual. 

“A percepção de pessoa alienada não é mais aquela que não assiste ou lê um jornal. Alienado hoje é quem não viu o último post ou o assunto que está rolando no aplicativo. Antigamente, a questão era ‘penso, logo existo’. Hoje, é ‘compartilho, logo existo’. O limite é o quanto aquilo atrapalha a sua vida particular, os afazeres e relacionamentos”. 

Checar o horário antes de enviar uma mensagem e evitar passar para frente conteúdos polêmicos, que podem incomodar e gerar mal-estar, são observações importantes para quem deseja comportar-se adequadamente nos aplicativos de conversa. “Discussões familiares e cobranças devem ser tratadas em conversas individuais. Temas ligados a política, religião e futebol devem ficar de fora, e assuntos triviais em grupos de empresa devem tomar apenas 10% das conversas”, reforça Ângela Paulo, especialista em redes sociais.

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