O abastecimento de água em Barbacena, no Campo das Vertentes, segue sem previsão de normalização. A informação foi divulgada pelo prefeito Carlos Du (PMB), em coletiva, na noite dessa segunda-feira (15). A cidade está sem água desde a última quinta-feira (11), quando um acidente com caminhão-tanque ocasionou derramamento de óleo diesel no leito do rio das Mortes. 

De acordo com o chefe do Executivo municipal, a liberação para o retorno da captação no rio só vai ocorrer quando ao menos dois laudos atestarem a qualidade da água. Ainda segundo o prefeito, o óleo que contaminou o rio é do tipo S10. Esse óleo é menos denso e desceu com mais velocidade.

“Precisamos ter segurança de que a água está segura para consumo. Não podemos definir um prazo, são os laudos que vão definir. Estamos falando de uma contaminação altamente tóxica. Não podemos ligar o sistema sem ter essa segurança. Nossa preocupação é com os moradores de Barbacena”, afirmou. 

O prefeito explicou ainda que quando o sistema de captação for novamente ligado, os moradores ainda vão ter que esperar alguns dias para regulação do abastecimento, prazo que pode variar entre três e cinco dias.

“Não conseguimos dizer um prazo, mas o sistema tem um delay para operar 100%. Então ainda demanda um tempo que pode ser de três a cinco dias para restabelecer todo o abastecimento na cidade”, ressaltou. 

Apesar disso, o prefeito pediu tranquilidade à população e garantiu a qualidade da água que é fornecida de maneira prioritária.

"Estamos otimistas, as empresas que tem experiência nesse desastre estão atuando conosco. A água que chega às torneiras hoje vem do córrego Pinheiro Grosso, que não tem contato com o rio das Mortes [contaminado pelo óleo]. Essa captação continua bombeando. Estamos tratando essa água e distribuindo, mas é uma quantidade muito pequena”, disse. 

Empresa pode ser multada 

Durante a coletiva, o prefeito de Barbacena afirmou ainda que acionou a Justiça contra a empresa responsável pelo caminhão envolvido no acidente que contaminou o rio das Mortes. O município obteve duas liminares que obrigam a empresa a adotar ações diante da contaminação do rio.

Em uma das decisões, a Justiça determinou que a empresa realize exames laboratoriais e adote medidas de limpeza e contenção do óleo. A segunda, obtida na noite dessa segunda (16), obriga o fornecimento de caminhões-pipa para o abastecimento de água. Em caso de descumprimento, a empresa está sujeita a uma multa que ultrapassa R$ 200 mil.

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