Sidney Magal: 'Diziam que eu seria cantor de uma música só'

Elemara Duarte - Hoje em Dia
Publicado em 19/06/2015 às 12:02.Atualizado em 17/11/2021 às 00:33.
 (Fábio Nunes/Divulgação)
(Fábio Nunes/Divulgação)
Sidney Magal continua indo aonde o povo está. E nesta sexta-feira (19), o cantor carioca radicado na Bahia, estará em Belo Horizonte, para o mais recente show: “Coração Latino”.
 
Magal não para de se reinventar: cabeça aberta, o vozeirão sempre afinado, ele ainda lança disco com novos repertórios, faz participações em filmes, novelas, circula constantemente pelo Brasil com os shows e, segundo ele, naquele “corpitcho” ainda há muita disposição para rebolar nas coreografias.
 
Falando assim, talvez não pareça. Mas vale deixar bem claro: aos 62 anos, o “latin lover” mais famoso do Brasil já tem quase meio século de carreira, data que deve ser celebrada no ano que vem.
 
Hoje à noite, quase duas dezenas de canções “calientes” que o consagraram, claro, estarão no repertório. Mas também novas interpretações peculiares de Magal para o repertório de nomes da música que garimpou nos países “hermanos” dos Brasileiros pelo continente.
 
Este é o fruto do mais recente trabalho, lançado no ano passado, sobre o qual também fala nos tópicos a seguir:
 
Cinema
Fui convidado para fazer Cinema, pela primeira vez, em 1979, eu estava no auge da minha carreira, e o filme era “Amante Latino”. Era uma comédia musicada. Depois, fiz pequenas participações e algumas duplagens. São personagens que têm uma coisa latina, galanteadora. Eles acham que combina com minha voz. E nesta semana, estreio participação na dublagem de mais um filme, o “Divertida Mente”, da Disney.
 
Latino
Costumo dizer que, no geral, sou um cantor mais latino do que brasileiro. Comecei com isso por causa da influência de meu primeiro produtor, Roberto Livi, que era argentino, e que achou que este tipo de repertório serviria para o meu perfil. Comecei minha carreira assim. Fora isso, tenho o meu trabalho mais recente, do ano passado, cujo título do DVD é “Coração Latino”, que canto músicas de grandes intérpretes da América Latina. É a área que me dá mais prazer. É mais passional do que a música brasileira.
 
Outras vidas
Eu sou espírita. Acredito que tudo não termina e nem começou aqui. Por isso, procuro viver da melhor maneira possível. E fazendo a minha música para alegrar as pessoas.
 
Sessentão
Eu não tive crise dos 40, nem dos 50 anos. Só tive um pouquinho de crise nos 60. Quando você está nos 40, 50, acha que ainda está no meio do caminho e que ainda há muita coisa pela frente. Mas quando passa dos 60, pensa: “Ai, agora, já passei do meio...” Mas não me deprimi. Comecei a me questionar sobre o que valeria a pena na vida. Levo a vida com bom humor. Além disso, a questão da espiritualidade neste amadurecimento me dá outra cabeça. Mas eu também fiquei mais chato um pouquinho... Mais ansioso, um pouquinho...
 
Avô
Ainda não sou avô. É lógico que a gente gostaria de ver os filhos dos nossos filhos e a vida continuando através deles (Magal é casado há cerca de 30 anos com a produtora baiana Magali West). Mas eu sou tão apaixonado pelos meus três filhos que, por enquanto, não sinto falta. E eles ainda não têm esta meta para me dar esta surpresa.
 
Sensualidade
Sempre fui considerado um cantor sensual porque me jogava nas minhas interpretações. Mas a gente não pode perder a verdade do trabalho. Por isso, tenho que continuar me jogando. Estou quase fazendo 50 anos de carreira. Comecei nos primeiros programas feitos pela TV Globo, emissora inaugurada em 1965. Eu tinha 12, 13 anos... Oficialmente, a carreira conhecida do grande público, foi com 20 e poucos anos. Cantei em boates, fui para a Europa, fiquei dois anos fora. Meio século... E olha que alguns críticos naquela época diziam que eu seria cantor de uma música só.
 
Sandra Rosa Madalena
É a música que marcou e sempre vai marcar a minha carreira, até o fim da minha vida. Vai ser muito difícil superá-la. Tenho vários sucessos. “Sandra Rosa Madalena” foi uma música composta para mim, por aquele meu primeiro produtor, achando que eu tinha tudo a ver com o povo cigano.
 
Me chama que eu vou
Vou parodiar o Milton Nascimento: “Todo artista tem de ir aonde o povo está” (“Nos Bailes da Vida”, música em parceria com Fernando Brant). Cantei pelo Brasil todo, centenas de vezes. Eu vou enquanto for possível eu trocar esta energia maravilhosa com o público e onde tiver este carinho que as pessoas têm pela minha carreira. Agora, estou aguardando para ver a hora que vou ter que parar.
 
Vai parar de cantar???
(Risos) Mas, por enquanto ainda não estou pensando nisso!
 
Que susto!
Sei lá... Pelo gênero musical que eu canto, daqui uns 20 anos, não sei se estarei conseguindo rebolar com a mesma forma... (Risos). Talvez eu tenha que partir para um repertório mais romântico.
 
 
SERVIÇO
“Coração Latino”, show com Sidney Magal. Nesta sexta-feira, às 21h, no Grande Teatro do Sesc Palladium (rua Rio de Janeiro, 1046, Centro) Ingressos: plateia I, R$ 60 (inteira); plateia II, R$ 50 (inteira); e plateia III, R$ 30 (inteira).
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