Acusado de matar ex-prefeito de Mariana disse que foi torturado para confessar crime

Hoje em Dia
10/06/2014 às 10:21.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:56
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Durante julgamento realizado na manhã desta terça-feira (10) no 2º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, Leonardo Stigert da Silva negou participação na morte do ex-prefeito de Mariana, João Ramos Filho. Ao juiz Glauco Soares, que preside a sessão, o réu disse que confessou o crime, anteriormente, porque foi torturado na delegacia.   Conforme ele, policiais lhe deram vários socos no estômago, colocaram plástico em sua cabeça e ameaçaram apertar seus testículos com alicate. Depois de ter apanhado, o réu disse que assinou o documento da confissão "montado" da delegacia. Relatou, também, que não teve direito a ligar para seu advogado.   Ainda em seu depoimento, que durou 27 minutos, Silva disse que não conhecia Francisco de Assis, apontado pelo Ministério Público (MP)  como responsável pelo tiro que matou o ex-prefeito.    Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), um policial civil, única testemunha arrolada pela acusação e pela defesa, foi dispensado de prestar depoimento. Antes do início do julgamento, o defensor do réu questionou sobre a realização da sessão em BH, uma vez que o assassinato ocorreu em Mariana, mas o juiz prosseguiu com o julgamento.   O destino do réu, que será declarado culpado ou inocente, será decidido por quatro homens e três mulheres, que formam o conselho de sentença. O MP é presentado pelo promotor Francisco Santiago.   Desmebramento   No total, três homens foram acusados pelo homicídio. No entanto, o processo foi desmembrado na sessão que seria realizada no dia 29 de maio. O juiz optou pelo desmembramento por causa da complexidade para julgar os três acusados juntos e também porque o novo advogado constituído pelo réu Guaracy Goulart Moreira alegou que não teve tempo para estudar o caso. Já o advogado do réu Francisco de Assis Ferreira Carneiro, Délio Gandra, anexou atestado médico comprovando estar com problemas de saúde. O júri dos dois está previsto para 28 de agosto próximo.   Apesar de o crime ter ocorrido em Mariana, o caso será julgado na capital porque o juiz Pedro Câmara Raposo Lopes, da 2ª Vara de Mariana temia que o julgamento se transformasse numa “querela política entre hostes contrárias" e comprometesse a imparcialidade dos jurados, já que o assassinato ocorreu no “calor” dos preparativos das eleições de 2008, fato que deixou a população local indignada.    Relembre o caso   Conhecido como "pai dos pobres", João Ramos Filho foi assassinado em 15 de maio de 2008 na MG-262, estrada que liga Mariana, na região Central, a Ponte Nova, na Zona da Mata. O ex-prefeito estava em um posto de gasolina de sua propriedade quando foi atingido por quatro tirpos. O crime teria sido motivado por desavenças políticas. Segundo o Ministério Público, Francisco de Assis tinha interesse em concorrer para o cargo de prefeito da cidade, pretensão ameaçada pela candidatura da vítima.   Atualizada às 11h43

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