Alunos de escolas municipais de BH abraçam a Pampulha como gesto simbólico de respeito ao patrimônio

Danilo Viegas
dviegas@hojeemdia.com.br
21/06/2016 às 19:14.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:59
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

A surpresa estava estampada nos olhos da estudante Giovana Marcela Rodrigues, de 11 anos, que visitou, pela primeira vez, nessa terça (21), a Pampulha. Encantada com a lagoa, logo pensou em nadar, ideia que foi deixada de lado quando a professora disse que a água era imprópria para isso. Mas a notícia não diminuiu o encantamento pelo espaço e pelo complexo arquitetônico que o compõe.

Assim como Giovana, vários belo-horizontinos desconhecem a beleza e a riqueza do local que é candidato ao título de Patrimônio da Humanidade. Seguindo a premissa de que é importante conhecer para preservar, foi lançado ontem o projeto “Educação Abraça a Pampulha”. A ideia da Secretaria Municipal de Educação é educar as crianças para que saibam que cuidar do patrimônio cultural da cidade é uma questão de educação.

“Vamos fazer trabalhos na escola sobre essa visita. Gostei bastante”, diz Giovana, que é aluna da Escola Municipal Professora Maria Mazarello, que fica no bairro Nazaré, região Nordeste da capital.

E os estudantes literalmente abraçaram a Pampulha, por meio de um dos principais símbolos do complexo criado pelo arquiteto Oscar Niemeyer: a Igrejinha de São Francisco de Assis.

Centenas de alunos de escolas municipais de Belo Horizonte visitaram o local nessa terça-feira (21), que contou ainda com apresentação de coral e roda de capoeira, num evento que reuniu 300 estudantes de 15 diferentes escolas.

O projeto prevê que cerca de 4 mil alunos visitem, todo mês, a orla da lagoa, com excursões aos espaços culturais, ambientais e esportivos na região.

Conservação

Segundo a diretora do Conjunto Moderno da Pampulha, da Fundação Municipal de Cultura (FMC), Luciana Feres, a educação patrimonial de professores e alunos pode engajar a sociedade e ajudar na preservação das características originais do complexo.

“Temos o hábito de ir ao exterior e reconhecer as belezas arquitetônicas de lá, mas não percebemos o que está aqui na cidade, ao alcance de todos. Muitos alunos me confessaram nesta terça-feira que nunca estiveram na Pampulha”, diz.

Mais cuidado

Para o secretário da Regional Pampulha, José Geraldo Prado, se o Comitê de Patrimônio Mundial da Unesco aprovar o conjunto da Pampulha, a responsabilidade de conservação do local irá aumentar consideravelmente. “Um holofote internacional será jogado na Pampulha. Teremos uma grande visibilidade”, afirma.

Quem reforça esse tom é a secretária Municipal de Educação, Suely Baliza. Para ela, o êxito da aprovação no dia 15 de julho, em Istambul, na Turquia, será o de potencializar a conscientização.

De acordo com Suely, as ações irão auxiliar os professores para o trabalho com a segurança patrimonial, com ênfase nos equipamentos da região da Pampulha, além de promover o interesse das escolas por trabalhos de temáticas urbanas, voltadas para identificação, valorização e proteção de bens culturais.

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