A sede do Tribunal de Justiça de Minas Gerais foi alvo de uma projeção de ambientalistas em defesa da Serra do Curral (Felipe Gomes / Divulgação)
O prédio do Tribunal de Justiça de Minas Gerais foi o local escolhido, na noite desta terça-feira (26), por Felipe Gomes, idealizador do Coletivo “Ah, É Lixo!?” e um dos articuladores do Movimento Tira o Pé da Minha Serra, como alvo de uma projeção, para chamar a atenção da população da capital para a importância da preservação da Serra do Curral.
Projeção de Felipe Gomes, articulador do Movimento Tira o Pé da Minha Serra, convoca população e ambientalistas para ato público nesta quarta (Felipe Gomes / Divulgação)
Como a sede do TJMG fica no alto da Avenida Afonso Pena, na Serra, na região Centro-Sul, o círculo luminoso podia ser visto de longe.
Com o slogan “Salve a Serra do Curral”, o Tira o Pé da Minha Serra usou a mesma estratégia tecnológica na quinta-feira (21) da semana passada, no prédio histórico que abriga a sede do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), na Praça da Liberdade, também na região Centro-Sul de Belo Horizonte.
A mega projeção da frase era uma manifestação contrária à autorização da mineração na Serra do Curral e um chamamento público para a reunião do Conselho Estadual de Patrimônio Cultural (Conep), que debateria o tombamento provisório da Serra do Curral, evitando a instalação de complexos minerários. A reunião foi suspensa.
Outro encontro que estava marcado para essa quarta-feira (27), às 14h, também foi suspenso. Nessa segunda-feira (25), o presidente do TJMG José Arthur de Carvalho Pereira Filho foi favorável ao pedido da Tamisa, para que a corte reconsiderasse a decisão anterior do dia 15, que suspendeu liminar favorável à mineradora, permitindo nova reunião do Conep para votar o tombamento provisório da Serra do Curral.
Entenda como começou a polêmica
A mineradora obteve decisão favorável à implantação de um complexo minerário na Serra do Curral, em Nova Lima, na região metropolitana, na madrugada de 30 de abril, do Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas Gerais (Copam).
A licença, segundo o projeto Manoelzão, da Universidade Federal de Minas Gerais, permite que a empresa retire 31 milhões de toneladas de minério de ferro ao longo de 13 anos na Serra do Curral.
Ainda de acordo com o Manoelzão, a exploração minerária vai “extinguir área equivalente a cerca de 100 campos de futebol de mata atlântica. Na região há entre 40 e 60 nascentes que abastecem o rio das Velhas, afluente do São Francisco”, informa o site da entidade.
Grande Ato Público
Segundo Felipe Gomes, a projeção no prédio do TJMG também é uma convocação para o grande ato público que será realizado na porta da sede do tribunal, nesta quarta, às 14h40, na Avenida Afonso Pena, 4001.
“Temos que mostrar às autoridades que a população quer a proteção da Serra do Curral, a imediata anulação da licença ambiental da Tamisa e a punição dos culpados por todos os crimes que estão sendo cometidos contra a Serra do Curral”, diz o convite.
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