Apesar de avisos, moradores se reúnem na Praça do Peixe à espera de doação

Anderson Rocha
arocha@hojeemdia.com.br
10/04/2020 às 09:53.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:14
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

O aviso de cancelamento foi dado, mas não chegou a quem mais precisava nesta Sexta-feira da Paixão (10). Sem acesso aos meios de comunicação, algumas pessoas madrugaram para receber a doação de peixes no Bonfim, na região Noroeste de Belo Horizonte. A frustração é mais uma sensação causada pela pandemia do novo coronavírus, que forçou a interrupção da tradição, que completaria três décadas em 2020.

A medida visa a evitar a transmissão da Covid-19 na capital. "É difícil, né? E as crianças? A gente tá desempregada. Vão ficar com fome", relatou Edileusa Andrade dos Santos. Ela deixou a casa onde vive, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana, por volta da meia-noite, para ir ao local, conhecido como Praça do Peixe.

O trabalhador de reciclagem Mardônio Coelho Ferreira, chegou por lá às 6h. Veio por indicação de que ali encontraria um pescado para levar para casa, na comunidade Dandara, no Céu Azul, na região da Pampulha. "Decepcionante. É triste. Não vou acreditar nisso nunca mais. Me contaram uma história boa, chego aqui e é essa decepção", disse.

A tradição

Feita há 29 anos por um dono de peixaria do bairro, a tradição causa filas de dobrar quarteirão. Neste ano, um aviso na porta do estabelecimento informava sobre o cancelamento das doações devido ao novo coronavírus.

Apesar disso, diversas peixarias estão abertas no local. O fato chamou a atenção do fotógrafo Lucas Prates, do Hoje em Dia, que decidiu arcar com a compra de um quilo de peixe e dar ao trabalhador de reciclagem. Hoje em Dia/ Lucas Prates

Solidariedade na pandemia: Mardônio vai voltar pra casa com sorriso no rosto

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