Apresentado oficialmente como novo técnico do Internacional nesta sexta-feira (14), Argel Fucks fez um apelo ao torcedor para que dê um voto de confiança ao time, resgatando uma relação que acabou sendo abalada pela eliminação nas semifinais da Copa Libertadores e, principalmente, pela derrota por 5 a 0 no último Gre-Nal. Ele garantiu que o grupo tem qualidade, prometeu muito trabalho para superar o momento difícil, além de "blindar o vestiário".
"É o momento de dar um voto de confiança a este grupo de jogadores, à esta diretoria. O Inter já foi campeão esse ano, e há 25 dias era apontado com favorito. Ninguém desaprende a jogar futebol. Os jogadores que estão aqui têm qualidade, têm história no Clube. Vamos resgatar esses jogadores. Vamos blindar o vestiário e trabalhar mais, pois é isso que precisamos no momento. Contamos com o apoio da torcida. Ela pode ter certeza que terá um comandante cobrando pelo rendimento dos jogadores", afirmou.
Na sua apresentação, Argel recebeu a camisa de número 3, numa referência ao período em que foi jogador do Inter, entre 1992 e 1995, quando foi campeão da Copa do Brasil de 1992 e do Campeonato Gaúcho de 1992 e 1994. Emocionado na sua volta ao clube, Argel disse que deve tudo no futebol ao Inter.
"É um prazer muito grande voltar para esta casa onde tive o prazer de começar a minha carreira profissional. Morei cinco anos na concentração, embaixo das arquibancadas do Beira-Rio. Devo tudo que eu tenho no futebol ao Inter. Nunca me contrataram em uma situação tranquila. Gosto desta adrenalina. Este é o combustível da minha vida", disse.
Questionado sobre a sua relação com D'Alessandro, com quem teve uma dura discussão em 2010, quando era treinador do São José-RS, em uma partida contra o Internacional. Argel garantiu que não ficou qualquer mágoa do incidente e fez elogios ao meia argentino.
"O D'Alessandro é um jogador da minha confiança. É um jogador diferenciado, pois não existe mais um camisa 10 assim no futebol brasileiro. Conto com ele. Ele é peça fundamental na equipe. É um líder. Gosto particularmente do perfil dele, pois é sanguíneo, um jogador que se indigna com a derrota. Isso é louvável no futebol", disse.
Argel também descartou a adoção de um rodízio na equipe titular do Inter, o que foi usual na passagem de Diego Aguirre pelo clube, destacando que pretende definir rapidamente um time-base.
"Vamos colocar em campo sempre quem estiver melhor no momento. Não sou adepto do rodízio. O torcedor tem que ter na ponta da língua a escalação do Internacional. Não gosto muito de invenção. Tem que definir uma forma de jogar. Não vamos confundir muito a cabeça do jogador. O time que treina é o time que joga", declarou.
Argel também detalhou o estilo de jogo e o esquema tático que pretende implementar no Inter. E avisou que não pretende utilizar o time com três zagueiros ou no 4-2-3-1, adotado em boa parte dos principais clubes do futebol brasileiro.
"Geralmente jogo num 4-4-2 ou 4-3-3. Não uso esquema com três zagueiros. No dia a dia a gente pensa em uma forma de jogar. O que quero fazer agora é me adaptar às peças que tenho o mais rápido possível. Precisamos ter uma time competitivo e copeiro. O Inter sempre foi assim na sua história. O futebol é muito nivelado, então é preciso ter muita intensidade e dedicação dentro de campo. Vamos treinar muito forte para buscar isso", comentou.
Mesmo com pouco tempo de preparação, Argel prometeu que vai dirigir do banco de reservas o Inter no duelo deste domingo com o Cruzeiro, no Mineirão, pela 19ª rodada do Campeonato Brasileiro. O time gaúcho é apenas o 11º colocado, com 24 pontos.
"Pode ter certeza absoluta que vou estar na casamata no jogo contra o Cruzeiro. Temos dois treinos para montar a estratégia para esta partida. Conheço os jogadores. Já joguei contra o Inter e tenho a obrigação de saber como são as coisa no futebol. Acredito que já daremos uma boa resposta no domingo, no Mineirão", afirmou.