DONA CARMELITA

Após quase 100 anos, idosa de BH consegue reconhecimento de paternidade de origem portuguesa

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
17/12/2022 às 15:14.
Atualizado em 17/12/2022 às 15:16
Dona Carmelita durante audiência de reconhecimento de paternidade (TJMG/Divulgação)

Dona Carmelita durante audiência de reconhecimento de paternidade (TJMG/Divulgação)

Depois de quase um século, a idosa Carmelita de Santo Antônio Chaves, que tem 97 anos e mora em Belo Horizonte, conseguiu obter um reconhecimento de paternidade junto aos irmãos biológicos. O processo foi finalizado nessa quinta-feira (15) no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). 

Na audiência de reconhecimento de paternidade, os cinco irmãos vivos de Carmelita participaram de forma online e concordaram que ela também seja reconhecida como filha paterna do português Accácio José Alves.

De acordo com Dona Carmelita, ela e a irmã gêmea Carmélia foram separadas e doadas para dois casais de compadres da mãe biológica. 

“Fui registrada por uma tia da família adotiva e a minha certidão foi muito ‘mal feita’. Minha tia, analfabeta, não conseguiu indicar quase nenhuma informação sobre mim e minha irmã. Não constava nome do pai ou outras informações familiares”, conta. 

Em março deste ano, a família decidiu buscar e confirmar as poucas informações que tinham sobre a origem de Carmelita e sua irmã e viajou para o distrito de Carrancas, na região de Campo das Vertentes, próximo a São João Del Rey, onde Carmelita foi criada.

“Lá, descobrimos que temos muitos irmãos e parentes, inclusive o atual prefeito da cidade. Fomos bem acolhidos pelos irmãos ainda vivos e pelos sobrinhos, que contaram que já sabiam da nossa existência e sempre tiveram vontade de nos conhecer”, relata. 

Com ajuda dos irmãos, Dona Carmelita descobriu que o pai reconheceu a paternidade das gêmeas perante os registros de batismo da igreja da cidade. 

“Também foi feito um exame particular de DNA, realizado há poucos meses com material genético dos irmãos vivos, que confirmou o parentesco”, diz. 

No decorrer do processo, há cerca de dois meses, a irmã gêmea, Carmélia, faleceu. Mesmo assim, a família vai prosseguir com o processo de reconhecimento do parentesco dos filhos e netos da gêmea falecida. 

“Além do vínculo familiar, outra motivação para ir atrás das origens é que alguns netos e sobrinhos pretendem tentar a sorte em Portugal. Uma das minhas sobrinhas, neta de Carmélia, já mora no país e as irmãs dela pretendem reconhecimento de cidadania portuguesa para poder trabalhar legalmente na Europa”, revela. 

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