Ave rara com hábito misterioso é encontrada no Parque Estadual Serra Verde

Da Redação*
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27/10/2017 às 15:55.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:25
 (Divulgação/Semad)

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Um pássaro raro e misterioso, que tem hábitos noturnos e raramente é visto em grandes centros urbanos, fez do Parque Estadual Serra Verde, na região Norte de Belo Horizonte, sua morada. Trata-se de um urutau, conhecido também como mãe-da-lua.

A ave tem como principal característica permanecer imóvel para se camuflar. Ela foi encontrada por uma equipe de brigadistas que, durante as rondas de prevenção a incêndios florestais, avistou o pássaro em uma área remota da unidade de conservação.

Segundo o geógrafo e monitor ambiental do parque, Miguel Filho, durante a ronda, um dos brigadistas o chamou para identificar uma ave diferente. “Ao chegar ao local, identifiquei que era um urutau. O curioso é que já fizemos várias trilhas à noite na unidade de conservação e nunca tínhamos avistado a espécie. Fomos encontrá-la justamente durante o dia, o que é muito raro”, conta.

“Por ter sido avistada justamente de dia e pousada em uma árvore, acreditamos que a ave fixou moradia no parque. Isso demonstra a importância de se ter refúgios verdes em áreas urbanas”, acrescenta.

A espécie

O urutau possuiu uma característica única em aves, chamada de “olho mágico”. São duas fendas na pálpebra superior, que permitem que o animal fique imóvel por longos períodos, observando os arredores, mesmo de olho fechado. 

Ela também utiliza muito bem sua plumagem para se camuflar. Normalmente, a ave se passa por um pedaço de madeira, um galho de árvore ou mesmo troncos partidos. Ainda é característico que o pássaro fique estático, não se assustando facilmente.

As aves dessa espécie medem aproximadamente 35 cm e pesam em torno de 16 gramas. Alimentam-se de insetos noturno, como grandes mariposas, cupins e besouro, que o urutau apanha em pleno voo. Além disso, são pássaros que têm o hábito de cantar à noite. Seu canto, inclusive, que muitos consideram triste, alimenta várias lendas.

O urutau em tupi-guarani significa ave-fantasma e é considerado um animal misterioso. A espécie está muito arraigada à mitologia dos povos indígenas da Amazônia. O seu habitat natural inclui a maioria dos países amazônicos como Bolívia, Peru, Brasil, Equador, Colômbia, Venezuela, Suriname e Guiana Francesa.

Os urutaus levam uma vida solitária, já que quase nunca são vistos em casal, a não ser quando se acasalam ou estão cuidando de sua cria, que abandonam depois de três semanas de nascimento. A ave põe somente um ovo, em cavidades de tocos ou galhos, a poucos metros acima do solo. Este é incubado por cerca de três dias e o filhote permanece no ninho em torno de sete semanas, informa a Secretaria de Estado de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).

*Com Agência Minas

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