(Redes Sociais)
Seis advogados criminalistas trabalham na defesa da brasileira Mary Hellen Coelho da Silva, de 21 anos, presa há um mês com 14 quilos de cocaína, ao desembarcar no aeroporto de Bangcoc, na Tailândia. A droga está avaliada em R$ 7,5 milhões.
Mary Hellen saiu de Pouso Alegre, no Sul de Minas, onde morava com a família, dizendo que iria para Curitiba se encontrar com um namorado que havia conhecido pelas redes sociais, conta a irmã da jovem, Mariana Coelho. “Ela mandou mensagens dizendo que estava tudo bem”, relembra.
A notícia da prisão só chegou para a família depois que própria Mary Hellen enviou uma mensagem de áudio chorando desesperada, pedindo que a embaixada ajudasse no caso, para que ela respondesse pelo crime no Brasil.
Mariana diz que não sabia que a irmã tinha envolvimento com tráfico de drogas e que ela não tem atencedentes criminais.
(Redes Sociais)
Os advogados brasileiros ainda não conseguiram falar com a Mary Hellen na Tailândia. Mas já formalizaram o pedido para que o advogado Timothy Tan, que mora na Tailândia, atue na defesa da brasileira gratuitamente.
Uma das estratégias da defesa brasileira, é provar que Mary Hellen nunca teve envolvimento com o crime no Brasil. Cópias de certidões que comprovam que ela não tem antecedentes criminais ou processos criminais já foram enviadas, por e-mail, para o advogado tailandês.
Também foram enviados cópia da carteira de trabalho e depoimentos de pessoas que conviveram com a jovem como o do chefe de onde ela trabalhava como garçonete e das professoras do colégio.
(Redes sociais)
“Vamos tentar provar que Mary Hellen vem de uma família simples e que foi enganada por uma rede de tráfico internacional com a promessa de uma viagem para a Ásia, sem saber que estava levando cocaína na mala”, defende Telêmaco Marrace, advogado criminalista, que coordena os trabalhos de defesa no Brasil.
Na Tailândia, o tráfico internacional de drogas é um crime que pode ser punido com a pena de morte, dependendo da quantidade e das circustâncias.
A hipótese, entretanto, é descartada por Telêmaco por causa da quantidade e do tipo de droga apreendida com a brasileira. “A pena por esse tipo de crime pode chegar de 5 a 20 anos de prisão. Mas, pela quantidade de drogas apreendida, acreditamos que a pena chegue a 5, 6 anos de prisão”, avalia.
Após a condenação transitar em julgado, o advogado acredita que seja possível extraditar Mary Helen, para que a pena seja cumprida no Brasil. Outra hipótese é tentar o perdão real, concedido uma vez por ano. “Nos últimos dois anos, duas pessoas conseguiram o perdão pelos crimes e ganharam a liberdade”, conta Telêmaco.
Outro desafio dos defensores vai ser conseguir o perdão da dívida penal, comum na Tailândia, além da condenação. O valor pode variar de R$ 300 a R$ 800 mil reais, segundo cálculos do criminalista.