Vacinação Infantil salva

'Cada criança que vejo partir, meu coração embrulha', conta médica de CTI pediátrico de Covid em BH

Bernardo Estillac
bernardo.leal@hojeeemdia.com.br
03/02/2022 às 19:56.
Atualizado em 03/02/2022 às 20:56

“Hoje eu vi mais uma luz se apagar”. O relato emocionado é da médica residente em pediatria Marina Paixão de Madrid Whyte, de 27 anos, que testemunhou a terceira morte de uma criança por Covid-19 em uma semana no CTI do Hospital Infantil João Paulo II, em Belo Horizonte.

O hospital, que é referência no tratamento pediátrico na capital, está atualmente com o setor de enfermaria completamente lotado e 69% de ocupação no CTI, de acordo com a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig). 

O cenário de acometimento de crianças pela Covid foi ilustrado por Marina Whyte em uma postagem nas redes sociais. Em seu perfil no Instagram, a médica relatou a dor de perder um paciente e reiterou a importância da vacinação infantil.

 (Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

(Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

Em entrevista ao Hoje em Dia, Marina destacou que o coronavírus é um grave risco para a saúde das crianças.

“Acho que, em termos de população geral, muitos não sabem que crianças estão sendo internadas com Covid ou consequências como a SIMP (síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica) não só agora, mas desde o início da pandemia. Mas, ultimamente, estamos vendo esse número crescer rapidamente. Os serviços de pediatria estão passando por um período de cheia, devido a quadros respiratórios, entre eles a Covid”, destaca. 

A médica afirma que atende crianças de todas as idades, desde recém-nascidos até com mais de dez anos. E parte dos internados já está apto a receber a vacina contra a Covid, apontada por Marina como uma esperança para aliviar as internações pediátricas.

“Acho todo esse contexto importante para mostrar para os pais a importância da vacinação. No último documento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), eles comparam mortalidade na faixa pediátrica entre países que já vacinaram as crianças e o Brasil. E nossa mortalidade é bem mais alta. É importante saber buscar informações de qualidade para protegermos as crianças da melhor forma possível”, comenta.

Procurada pela reportagem, a Fhemig informou que não pode disponibilizar dados sobre óbitos infantis em seus hospitais, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). O órgão, contudo, reforçou a importância da vacinação para crianças para diminuir casos graves da Covid.

  

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