AEDES AEGYPTI

Casos de Chikungunya em 2022 já superam os registros dos dois últimos anos em BH

Pedro Melo
pmelo@hojeemdia.com.br
24/10/2022 às 07:00.
Atualizado em 24/10/2022 às 11:59
Outros 147 óbitos seguem em investigação (ECOVEC/Divulgação)

Outros 147 óbitos seguem em investigação (ECOVEC/Divulgação)

Doença grave que pode causar prostração extrema, fortes dores e até matar, a Chikungunya deixa Belo Horizonte em estado de atenção. Em menos de 10 meses, os casos já superam a soma das notificações dos dois últimos anos. O alerta fica por conta da temporada de chuva, que aumenta os riscos de propagação da enfermidade transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

Até 14 de outubro, 96 pessoas tinham ficado doentes na capital. Em 2020 e 2021 foram 45 pacientes, em cada ano. O cenário atual é pior do que o registrado até mesmo em 2019, que foi um ano epidêmico. Diante do salto nas ocorrências, a PBH intensificou as ações de combate ao vetor.

A administração municipal, inclusive, atribui o crescimento dos casos de Chikungunya às chuvas. “É esperado um aumento nos pontos de água parada, que servem como criadouros para a doença, resultando consequentemente no aumento”, afirmou o diretor de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde, Eduardo Viana.

Apesar do salto, ele disse que não há motivo para alarde. Um fator importante, reforça o servidor, é a transmissão comunitária. “Caso ocorra aumento nesses casos, sabemos que o vírus está circulando em determinadas áreas, o que demanda  aumento nas intervenções e ações”.

Medidas adotadas
Outros 18 possíveis casos de Chikungunya estão em investigação na cidade. Em todos os locais com suspeita, a Secretaria de Saúde garante ter intensificado as ações para evitar a propagação da doença. A ajuda da população, no entanto, é fundamental para evitar locais com água parada dentro de casa.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também reforçou o alerta às pessoas. “Os reservatórios dos ovos dos mosquitos se encontram nas casas, então deve ser o empenho não só das autoridades sanitárias, mas também das famílias brasileiras no combate à dengue”, disse.

O morador de BH também pode contribuir denunciando locais com lixo e água parada, que podem favorecer o aumento dos casos das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. O contato pode ser feito pelo aplicativo “PBH App” ou pelo número 156.

Outras ações desenvolvidas para barrar o Aedes é o uso de drones, que sobrevoam áreas estratégicas para localizar possíveis focos, e campanhas de conscientização.

Na cidade também acontece a soltura de mosquitos modificados com a bactéria Wolbachia, que reduz a capacidade de transmissão do vírus. O método estabelece, aos poucos, uma nova população de insetos.

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