Com rio das Velhas em crise, Vale inicia obras para garantir captação de água para BH no Paraopeba

Bruno Inácio
29/10/2019 às 18:35.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:27
 (Eugênio Moraes/Arquivo Hoje em Dia)

(Eugênio Moraes/Arquivo Hoje em Dia)

A Vale iniciou nesta semana as obras do novo sistema de captação de água no rio Paropeba, um dos cursos d'água que abastece Belo Horizonte e outras seis cidades da Região Metropolitana. Desde o rompimento da barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Grande BH, em janeiro deste ano, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), havia suspendido a captação de água no rio.

A construção do novo ponto de coleta de água faz parte de um termo de ajustamento de conduta, assinado pela mineradora com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A estrutura ficará na comunidade de Ponte das Almorreimas, na zona rural de Brumadinho, num ponto que fica 12 km antes do local que a Copasa usava até a interrupção, em janeiro. O prazo limite para o fim das intervenções é setembro de 2020.

A mineradora garante que a mesma vazão mantida antes da suspensão, de 5.000 litros por segundo, será efetivada no novo sistema. Segundo a Copasa, não será construído um sistema de captação, mas um ponto de coleta. Uma adutora levará a água coletada para a antiga estrutura que a companhia de saneamento já tinha na cidade.Eugênio Moraes/Hoje em DiaÁgua coletada em novo ponto será levada por meio de adutora para estrutura já existente no rio Paraopeba

Para as obras, a previsão da mineradora é que sejam investidos R$ 450 milhões e gerados até 1.500 empregos. Uma parte dos gastos será na instalação de um ponto de prevenção no rio das Velhas, para evitar comprometimento da rede de abastecimento de água neste curso d'água. A preocupação é que, com o Paraopeba em desuso, o Velhas não seja comprometido, já que enfrenta a maior seca da sua história e é responsável, sozinho, por 70% do abastecimento da capital.

Estrutura

O novo sistema contará com bombas para captação da água e transferência por meio de tubulação até uma caixa de areia, onde será feita a filtração de sólidos na água. Em seguida, o líquido é transferido para um reservatório, passa por cinco bombas de maior potência e por um tanque de transferência, de onde vai, por meio de uma tubulação subterrânea, para a rede atual da Copasa.

Além da rede coleta d'água, a mineradora terá de construir, junto da Cemig, uma linha de transmissão para que o sistema seja abastecido com energia elétrica. Uma nova subestação de energia também deverá ser erguida. Segundo o MPMG, a Vale deve concluir as obras e repassar a gestão das linhas à Cemig e da subestação à Copasa.

Outro aditivo, assinado em outubro deste ano, determina a perfuração de 50 poços artesianos para garantir o abastecimento de 40 clientes especiais da Copasa, como hospitais e presídios, em um possível momento de crise hídrica na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Vale ainda não informou quando estes poços estarão perfurados, mas, de acordo com o MPMG, eles devem estar prontos em caráter de urgência, já que devem funcionar enquanto as obras do Paraopeba não forem concluídas.

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