Policial está solto

Corpo do motorista de reboque morto por delegado em briga de trânsito, em BH, é liberado pelo IML

Vanda Sampaio
vsampaio@hojeemdia.com
27/07/2022 às 19:15.
Atualizado em 27/07/2022 às 19:28
 (Maurício Vieira /  Hoje em Dia)

(Maurício Vieira / Hoje em Dia)

O Instituto Médico Legal (IML) liberou o corpo do motorista Anderson Melo, de 44 anos, no final da tarde desta quarta-feira (27). Ele foi morto por um delegado da Polícia Civil de Minas Gerais após uma briga de trânsito nessa terça-feira (26), no Complexo da Lagoinha, em BH.

O  velório e o sepultamento do motorista de caminhão reboque estão marcados para acontecer no cemitério municipal de Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, nesta quinta-feira (28). O horário ainda não foi definido pela família.

"Nossa  família está destruída, temos dois filhos. Anderson era um homem que vivia do trabalho para a casa", afirmou Maria Regina de Jesus, esposa do motorista, em entrevista à TV Globo.

O Ministério Público informou que acompanha o caso e vai aguardar a conclusão do inquérito.

Segundo familiares, o motorista não andava armado.

Motoristas de caminhões reboque protestam em BH (João Carlos Spil / Hoje em Dia)

Motoristas de caminhões reboque protestam em BH (João Carlos Spil / Hoje em Dia)

Protesto
Durante cerca de quatro horas, cerca de 400 motoristas de caminhão reboque percorreram as ruas da capital para protestar contra a violência cometida contra Anderson Melo. Eles pediram uma investigação rigorosa sobre o caso. Os manifestantes também fizeram buzinaço para chamar a atenção da população.

Entenda do caso
O desentendimento ocorreu no viaduto Oeste, no complexo da Lagoinha, no Centro de BH. O delegado estava em uma viatura descaracterizada quando teria sido fechado pelo motorista do caminhão reboque.

Em seguida, o delegado fechou o reboque e houve uma discussão. O policial disparou e atingiu o pescoço da vítima, que chegou a ser socorrida até o hospital João XXIII.

Ao perceber que tinha atingido Anderson Melo, o delegado acionou a Polícia Cívil e a perícia técnica.

 (Maurício Vieira / Hoje em Dia )

(Maurício Vieira / Hoje em Dia )

(Maurício Vieira / Divulgação)

Continua solto
O delegado do Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico da Polícia Civil (Denarc) não foi preso. Ele foi liberado pela Polícia após a falta de "elementos jurídicos" para a prisão. Ele alegou legítima defesa e teve a arma apreendida. A informação foi divulgada pela corregedoria da instituição nesta quarta-feira (27).

De acordo com a PC, após ouvir testemunhas e analisar os dados colhidos pela perícia técnica e jurídica, a entidade responsável pelo inquérito liberou o delegado. Durante as investigações, imagens de câmeras de vigilância foram analisadas para esclarecer a ordem de ocorrência dos fatos.

Governo se manifesta 
O governador de Minas, Romeu Zema, lamentou a trágédia e criticou o comportamento do delegado. "É inaceitável que uma discussão de trânsito termine com o assassinato de uma pessoa. Me solidarizo com os familiares do motorista de reboque Anderson Cândido Melo, que nesse momento passam pela dor de uma perda irreparável", afirmou.

Zema prometeu uma investigação rigorosa sobre o caso. "Esse caso de violência envolvendo um delegado da Policial Civil será apurado com seriedade pela corregedoria-geral, tanto na esfera criminal, como no âmbito administrativo. Me comprometo com a rigorosa apuração dos fatos para que o sistema judiciário tenha capacidade para decidir sobre a responsabilização criminal dos envolvidos", finalizou o governador.

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