Crescimento do Carnaval obriga Belotur e blocos a rever trajeto dos desfiles

Ana Júlia Goulart
agoulart@hojeemdia.com.br
25/01/2018 às 06:00.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:56
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

O crescimento do Carnaval de Belo Horizonte, que terá quase 500 bloquinhos em 2018, vai obrigar a criação de novas rotas de desfiles e a descentralização da festa. Reuniões frequentes têm ocorrido entre a Belotur e os grupos na tentativa de encontrar as melhores opções de trajeto.

Os itinerários, que estão sendo fechados ao longo dos últimos dias, levam em conta os deslocamentos, desvios de linhas de ônibus, áreas já ocupadas por outros eventos e até lugares de risco de enchentes. De acordo com a Belotur, a ideia é atender a todos.

O Garotas Solteiras, por exemplo, precisou fazer uma pequena alteração no trajeto por causa do transporte público. “Solicitaram que mudássemos o ponto de concentração e de dispersão. Foi coisa simples, de um quarteirão, mas que acatamos para não bloquear uma linha de trânsito”, explica um dos representantes do bloco, Márcio Gabrich. No ano passado, o grupo desfilou no bairro Horto, região Leste de BH.

Mesmo quando não há problemas nos trajetos, os próprios organizadores dos blocos têm tido uma posição semelhante à da Belotur sobre a necessidade de se expandir a festa para outras regiões da cidade.

“Já pensávamos em alterar o local do desfile. Levar o bloco para uma área maior já que as ruas por onde costumávamos passar já não comportavam os foliões”, explica um dos organizadores do bloco Beiço do Wando, Rodrigo Bianchi.

A mudança foi brusca: da avenida Carandaí, no bairro Funcionários, região Centro-Sul, para a Praça Nova, na Pampulha. A alteração partiu do próprio bloco e foi avaliada positivamente pela organização. “A mudança exige algumas adaptações. Neste momento, estudamos, por exemplo, como será todo o itinerário, mas é uma excelente forma de atingir novos públicos”, relata Bianchi.

Tamanho

O bloco Me Beija que Sou Pagodeiro, que tradicionalmente desfila no Gutierrez, região Oeste da capital, ficou tão grande que vai precisar de mais espaço neste ano. As expectativas são que 5 mil foliões sigam o trio elétrico. Em 2017, foram cerca de 3 mil.

“As ruas internas do bairro não comportariam a estrutura. Existe o risco de chocar com árvores e semáforos”, afirma um dos organizadores, Matheus Brant.

Antes, o bloquinho seguia em linha reta saindo da avenida Francisco Sá e terminando o desfile na praça Leonardo Gutierrez. Dessa vez, o pleiteado junto à Belotur foi sair da avenida Amazonas, na altura da rua Juiz de Fora, e finalizar na Praça Raul Soares. “Buscamos mais segurança ao mesmo tempo em que não queremos nos afastar do bairro que faz parte da história do bloco”, afirma.

O desfile no entorno do Gutierrez foi mantido, mas a rota solicitada pelo grupo teve que ser alterada. De acordo com a Belotur, o fluxo de veículos é intenso na área e o remanejamento dos carros seria inviável. O órgão e o grupo conseguiram chegar a um consenso e o cortejo acontecerá na avenida do Contorno, com concentração prevista para a rua Tenente Brito Melo, no bairro Barro Preto.

Outro bloco que também quer mudar o trajeto durante o Carnaval é o Havayanas Usadas. Eles, que tradicionalmente iniciam o desfile na avenida Petrolina, no bairro Sagrada Família, região Leste de BH, aguardam definição sobre uma nova rota.

“A mudança é necessária porque no espaço atual não cabe mais o número de participantes esperado. É uma questão de segurança mesmo”, avalia Cris Gil, uma das coordenadoras. (Com colaboração de Tatiana Lagôa e Raul Mariano).

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