Crise derruba o planejamento doméstico

Da Redação
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16/01/2017 às 12:47.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:26
 (Reprodução)

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O ano de 2017 começou sem muita novidade para a maioria dos trabalhadores que precisa aumentar a renda para dar conta de pagar todas as dívidas. E o fim da crise, que assombrou tanta gente em 2016, parece estar mais distante do que se imaginava. Sem dinheiro suficiente, fica difícil controlar até os gastos mais básicos. Uma prova desse descompasso é que o número de pessoas que controlam o orçamento doméstico em Belo Horizonte caiu de 73,3% para 62,3% no último semestre, segundo pesquisa da Federação do Comércio de Minas Gerais. No último mês de 2015, esse índice era ainda um pouco mais alto, 76,8%. 

Quanto àqueles adotam a prática do orçamento doméstico, apenas 24% estão conseguindo cumprir o que foi determinado na planilha. Outros 27,5% afirmaram que cumprem apenas parcialmente as metas. E 10,5% não conseguem respeitar o que foi proposto. 

Para o economista da Fecomércio, Guilherme Almeida, essa situação, além de dificultar o dia a dia das famílias em um contexto de inflação elevada e alto índice de desemprego, pode ter consequências mais sérias. “No âmbito da educação financeira, é justamente a falta de planejamento que leva aos quadros de inadimplência e motiva gastos por impulso, principalmente no cartão de crédito. Uma combinação extremamente negativa”, pontua. 

Na contramão, o total de pessoas que efetuam compras por impulso subiu de 26,7%, em dezembro de 2015, para 31,1%, em dezembro de 2016. O presidente do Sistema Fecomércio MG, Sesc, Senac e Sindicatos, Lázaro Luiz Gonzaga, avalia que o resultado apresentado pelo estudo precisa ser rapidamente revertido. “É muito importante que o brasileiro comece a criar uma cultura de planejamento financeiro. Parece básico, mas é difícil aplicar na prática o hábito de gastar menos do que se ganha e ainda manter uma reserva. Essa dinâmica favorece cada família e a economia de um modo geral, como o setor produtivo e o comércio”, ressalta.

Almeida acrescenta que uma explicação possível para o fato de menos pessoas se dedicarem ao orçamento, no último semestre, é justamente a limitação financeira. “Vivenciamos um crescimento das despesas e uma queda na renda, além do desemprego. Muitos, então, acabam apenas quitando as contas que conseguem e acreditam que não existe muita alternativa para planejar, o que é um equívoco”, completa.

Inadimplência

No último ano, houve uma piora da situação financeira dos belo-horizontinos. Enquanto nas pesquisas de 2015 pelo menos 94% dos consumidores conseguiam pagar as contas em dia, em 2016 esse indicador despencou para, em média, 50%. Um percentual elevado, sendo que 42,8% dos entrevistados relataram que recorrem a financiamentos para cobrir os gastos mensais e, em alguns casos, esses recursos não são suficientes.

A pesquisa da Fecomércio MG também revela que o grupo de produtos mais adquirido na capital mineira é o da alimentação (69,7%), seguido por roupas, calçados e acessórios (39%). No entanto, o maior peso no orçamento é o da energia elétrica, indicada por 50,1% das famílias.

atualmente é o dinheiro (40,5%), diferentemente do observado na análise de junho, quando o cartão de crédito se destacava (37%).

Fonte: Federação do Comércio de Minas Gerais

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