(André Brant)
Dos 2 mil motoristas de Belo Horizonte que estão proibidos de dirigir por pelo menos 30 dias, 1.322 (66%) entregaram, neste domingo (20), a habilitação durante o sexto mutirão realizado pelo Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran).
Esses condutores foram convocados após terem seus recursos indeferidos pela Junta Administrativa Recursos de Infrações (Jari) ou pelo Cetran (Conselho Estadual de Trânsito), por estourarem o limite de 20 pontos na habilitação ou terem sido flagrados dirigindo embriagados ou de forma perigosa. Após entregar a CNH, os motoristas terão que ficar sem dirigir entre 30 dias e dois anos, dependendo da infração cometida.
Segundo a coordenadora de Infração e Controle de Condutor de Minas Gerais (CICC-MG), delegada Inês Borges Junqueira, de janeiro a julho deste ano, 39 mil processos administrativos contra motoristas foram abertos, sendo 18.500 finalizados. “Se não fazemos a notificação para a entrega da habilitação, o procedimento não é finalizado. O mutirão é feito para não haver impunidade e dar mais celeridade aos processos”, afirma a delegada.
O controlador de gestão de materiais, Christian Feliciano Costas, de 36 anos, foi um dos entregaram a habilitação ontem. Porém, ele se considera injustiçado. “Recebi a notificação só na sexta-feira. Tinha estourado o limite de pontos na CNH, mas foram multas cometidas por outros condutores. Trouxe os infratores para transferir os pontos e não aceitaram. Agora terei que fazer o curso de reciclagem e ver outras maneiras de recorrer”, reclamou.
O comerciante Paulo Bettoni, de 53 anos, também teve que ficar sem o documento por ter sido pego em uma blitz da Lei Seca em 2012. “Tinha bebido só um copo de cerveja. Tentei recorrer até a última instância, mas não teve jeito, foram negados os recursos. Agora vou ter que andar de ônibus ou arrumar uma carona”, afirmou.