Dez são presos no segundo dia de embates entre camelôs e PMs no Centro de BH

Raul Mariano e Bruno Moreno
horizontes@hojeemdia.com.br
05/07/2017 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:23
 (FLÁVIO TAVARES)

(FLÁVIO TAVARES)

Bombas de efeito moral, sprays de pimenta, ruas fechadas e corre-corre. O clima voltou a ficar tenso no hipercentro de BH na tarde de ontem, durante o segundo dia de proibição dos camelôs na região. Inconformados, alguns ambulantes protestaram contra a retirada forçada. Houve confrontos entre vendedores e Polícia Militar. 

Balanço divulgado pela PM indicava a prisão de dez pessoas até o início da noite. Todos foram detidos por incitação à violência, segundo a assessoria de imprensa da corporação. 

O pé de guerra na região central da cidade deve prosseguir. Parte da categoria promete novos protestos enquanto não houver “uma resposta satisfatória da prefeitura”. Além disso, eles afirmam que, à medida em que não se encontra uma solução definitiva, mais tempo as pessoas ficam sem trabalhar, o que favorece o clima de tensão.

“A operação é definitiva, sem volta. O prefeito foi eleito para governar, não agradar”Alexandre KalilPrefeito de BH

Uma reunião ocorreu entre líderes dos camelôs e representantes da prefeitura de BH. De um lado, ambulantes disseram que o encontro serviu apenas “de escuta”, com a apresentação de reivindicações. Do outro, a Secretaria de Regulação Urbana reforçou a proibição e disse que a administração municipal está apenas cumprindo o Código de Posturas.

Os ânimos começaram a se exaltar por volta das 16h, quando um princípio de tumulto foi registrado na esquina da rua São Paulo com avenida Amazonas. Com medo, vários lojistas fecharam as portas. Vendedores impediram a passagem de veículos em alguns trechos. Na rua dos Carijós e na Praça 7 também houve confusão. Maurício Vieira / N/A

Parte dos manifestante bloqueou o trânsito

Antecipação

Na manhã dessa terça-feira (4), o prefeito Alexandre Kalil disse que antecipará para amanhã o sorteio dos camelôs que vão ocupar vagas em shoppings populares da capital – a medida iria ocorrer só em 20 de julho. 

Quem for sorteado pagará R$ 30 durante quatro meses. Segundo a prefeitura, essa é uma estratégia de transição, e ainda não se sabe quantas vagas serão criadas. A solução definitiva deverá vir com a aprovação de um projeto de lei enviado pelo Executivo à Câmara Municipal na última segunda-feira.

A proposta é de uma Operação Urbana Simplificada. Nela, os shoppings populares recebem incentivos para aumentar a área construída e receber novos comerciantes. Além disso, podem vender a permissão de construção a outras empresas em outros locais. Com a medida, a prefeitura pretende subsidiar a instalação de até 900 camelôs durante cinco anos. 

O prefeito Alexandre Kalil disse que as ações foram planejadas. Ele reafirmou que as medidas para coibir a presença dos vendedores vão continuar.

Confira o que disseram alguns camelôs:

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