(Samuel Oscar/Divulgação)
Imagine sobrevoar a Serra do Espinhaço. Como não podemos criar asas, desbravadores usaram um drone para registrar imagens nunca vistas de uma das formações rochosas mais importantes do Brasil. De Minas à Bahia, reúne paisagens de tirar o fôlego até do mais distraído observador da natureza.
A expedição de cinco dias, de carro e a pé, faz parte do programa Drone da Montanha, idealizado pelo montanhista e cinegrafista Samuel Oscar, de 33 anos. Ele se uniu ao compositor Bernardo Puhler e outros seis companheiros para percorrer 500 quilômetros, passando pelos municípios mineiros Santana do Riacho, Conceição do Mato Dentro, Morro do Pilar, Itambé do Mato Dentro, Itabira e Nova União.
“Foi um prazer conhecer alguns pontos e vilarejos. A sensação de ver nos olhos do Bernardo o amor que ele tem por essas bandas não há dinheiro que pague. Ele conseguiu transformar algo que dou muito valor ao montanhismo, que é o percurso. É mais importante do que o destino final”, disse Samuel.
Inspiração
O projeto explora as mais diversas formações rochosas do país, como a Chapada dos Veadeiros, em Goiás, que já foi registrada “do ponto de vista dos pássaros”, como descrito na página do Drone da Montanha no Facebook.
Samuel conta que, ao ver um pássaro sobrevoando o Pico da Bandeira, imaginou o quão sensacional seria a vista. Foi o pontapé inicial para o trabalho.
Além de explorar as belezas já conhecidas, como as paisagens da Serra do Cipó, alguns locais foram descobertos. “O fato de o Samuel ser um montanhista experiente nos leva a lugares onde ninguém havia feito imagens aéreas, e tudo acaba sendo novidade. Descobrimos novas cachoeiras por causa do drone”, explica Bernardo.
A trilha sonora do vídeo foi feita sob medida para as belezas do Espinhaço. Composta por Bernardo, a canção Mato Dentro faz parte do álbum dele, Manhã Sã, de 2015. Em 2013, com outros parceiros, ele lançou o disco Janelas, com a alcunha de Músicas do Espinhaço, dedicado à serra.
A perspectiva de acompanhar o passeio do ponto de vista de um pássaro ajuda a ter a dimensão da enormidade da região e nos leva para mais perto de algo que beira o divino.
“O drone entrega de maneira muito visceral a sensação de tamanho. Quando ele sobe, percebemos qual a nossa medida naquela imensidão, é uma sensação incrível”, concuiu Puhler.
