em Tumiritinga

Dupla que participou de chacina há quase 11 anos em Minas é condenada a mais de 106 anos de prisão

Pedro Faria
pfaria@hojeemdia.com.br
20/01/2023 às 14:23.
Atualizado em 20/01/2023 às 14:37
 (Leonardo Morais/Arquivo/Hoje em Dia)

(Leonardo Morais/Arquivo/Hoje em Dia)

Dois homens, acusados de serem os executores de uma chacina em Tumiritinga, na região do Vale do Rio Doce, foram condenados nessa quinta-feira (19) a mais de 106 anos de prisão. Ainda restam os julgamentos de outras quatro pessoas, suspeitas de participar na ação, que aconteceu em 2012. 

O julgamento começou na manhã de quarta. Os acusados, três executores e três mandantes, foram denunciados pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pela prática de diversos crimes, incluindo homicídio. 

Os réus Walter do Nascimento e Cleiton Gonçalves Martins foram condenados por crimes onde as vítimas foram assassinadas com características de execução, devido a disputas de roubo de gado e invasão de terras, sendo implantado o terror na região. 

Organização criminosa

A quadrilha atuava de forma independente. Quando acontecia algo que não agradava o grupo, eles acionavam um “tribunal do crime” para julgar as vítimas. Segundo as investigações do Ministério Público, não havia um líder na organização, chamada de “Família”. A liderança era exercida por uma comissão, formada pelos principais membros do bando.

Eles eram divididos em grupos de financiadores e mandantes, que integram o “conselho deliberativo”; agenciadores; executores; os que apoiam com logística para execução e fuga; os que facilitam a evasão dos executores; e os que desviam o foco das investigações e as obstruem. 

A corrupção e a violência eram as principais características da organização criminosa. Esse grupo ainda buscava nas alianças políticas meios que facilitavam a sua atuação.

Os crimes de homicídio eram permitidos pela comissão e as vítimas os que se tornam desafetos para a irmandade ou para um de seus membros. Os problemas poderiam ser relacionados com desacertos comerciais; desavenças familiares; desavenças políticas; queima-de-arquivo; infidelidade conjugal; furtos de gado; furtos de armas entre outros.

Para executar os homicídios, ocorria sempre um pagamento ou promessa de recompensa e com uso de recurso que tornasse difícil a defesa da vítima, sendo comuns as emboscadas, sem prejuízo de outras circunstâncias que qualificassem o assassinato.

Chacina

A chacina ocorreu em fevereiro de 2012. Cinco pessoas foram mortas em uma fazenda no distrito de Divino do Sul, em Tumiritinga, no Vale do Rio Doce, no dia 7 de fevereiro. A chacina teria sido motivada por uma vingança, já que entre os mortos estava o ex-vereador Jandir Caetano dos Santos. Algumas vítimas foram algemadas antes de serem assassinadas.

Entre os mortos estavam, além do político, dois filhos dele e dois funcionários que cuidavam do terreno. Um outro filho do ex-vereador e um adolescente de 12 anos conseguiram fugir. Dois suspeitos do crime foram presos em Inhapim. O ex-vereador foi eleito por três mandatos até 1996. Ele havia se dedicado inteiramente à sua fazenda, onde criava gado.

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