Estudo da UFMG avalia impactos da infecção pelo coronavírus no parto e aleitamento materno

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
16/08/2020 às 09:09.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:17
Hospital Sofia Feldman e Maternidade Odete Valadares estão com estoques de leite abaixo do ideal  (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Hospital Sofia Feldman e Maternidade Odete Valadares estão com estoques de leite abaixo do ideal (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Das diversas incertezas sobre as implicações do novo coronavírus na saúde humana, uma delas é a chamada transmissão vertical, que pode ocorrer por meio do parto ou do leite materno. O tema ainda exige mais evidências científicas. Por essa razão, a Escola de Enfermagem da UFMG vai desenvolver um estudo sobre o assunto.

Entre os objetivos da pesquisa, está a avaliação da probabilidade de se manter o aleitamento materno (exclusivo, complementar e misto) sem prejudicar os bebês.

A pesquisa será realizada em três hospitais públicos de Belo Horizonte e em uma unidade de saúde na cidade de Matosinhos, em Portugal. O projeto busca identificar as repercussões da infecção pelo Sars-CoV-2 - o vírus que causa a Covid-19 - no trabalho de parto, no nascimento e no aleitamento materno.

Além de professores e egressos da graduação em Enfermagem, o estudo ainda contará com especialistas de Nutrição, Gestão de Serviços de Saúde e Estatística. Esses profissionais, como explica a coordenadora do projeto, a docente Fernanda Penido Matozinhos, do Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública, irão avaliar as mamães e seus filhos.

"Ele incluirá mulheres que tiveram seus filhos nos quatro hospitais, nos dois meses de maior incidência da covid-19 no primeiro semestre de 2020", explicou. Segundo Matozinhos, a pesquisa tem caráter epidemiológico, longitudinal (do tipo corte retrospectiva e prospectiva) e de base hospitalar curta.

A técnica

Conforme a professora, a infecção por Sars-CoV-2 será verificada por meio do prontuário das mães, que serão fornecidos pelos hospitais, além de relatos por telefone.

Na capital mineira, serão acompanhadas mães e seus filhos nascidos em três hospitais: o Risoleta Tolentino Neves, que é gerenciado pela UFMG e faz 250 partos por mês; o Sofia Feldman, instituição filantrópica que faz 900 partos mensais e é considerada pelo Ministério da Saúde referência em boas práticas em saúde materna; e o Hospital e Maternidade Júlia Kubitschek, referência em covid-19 e responsável por 260 partos por mês.

"O quarto campo de investigação é a Unidade Local de Saúde de Matosinhos (ULSM), centro de médio porte português credenciado pela Unicef como hospital amigo da criança. A maternidade realiza média diária de quatro partos", informou a instituição. 

Segundo o estudo, a coleta de dados ocorrerá por meio de dois prontuários das instituições e de entrevista por telefone com as puérperas. Um deles é adaptado da pesquisa Nascer em Belo Horizonte: inquérito sobre o parto e o nascimento, e o outro foi elaborado pelos pesquisadores.

Para a realização do estudo, as puérperas serão separadas em três grupos: as que alimentam seus filhos por meio exclusivamente do leito materno, as que recorrem à amamentação mista – conjugam o leite materno com outros alimentos – e aquelas que não amamentam.

Mês do aleitamento

Neste mês, o Brasil e o mundo reiteram o Agosto Dourado, ocasião que marca o incentivo à promoção do aleitamento materno.

Conforme a UFMG, o aleitamento é considerado um dos principais responsáveis pela redução da mortalidade neonatal e infantil, além de ser a forma mais econômica e a melhor intervenção para redução do adoecimento em crianças em seus primeiros anos de vida.

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