(Foto: Sind-Saúde/ Divulgação)
Funcionários do Hospital Júlia Kubitschek, na região do Barreiro, em BH, denunciam a suspensão repentina de folgas e férias. Reclamações enviadas ao Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde) ainda incluem casos de servidores convocados para voltar a trabalhar na CTI, mesmo estando com sintomas de Covid-19.
De acordo com a diretora do Sind-Saúde, Neuza Freitas, os trabalhadores do hospital foram surpreendidos com as convocações de seus coordenadores nessa segunda-feira (24) e denunciaram ao sindicato.
Em relatos enviados ao Hoje em Dia, funcionários do Júlia Kibitschek afirmam que há pessoas doentes trabalhando e que faltam testes de Covid. Uma funcionária declarou ter testado positivo para o coronavírus e, ainda assim, foi convocada pelos chefes para retornar às funções no CTI, mesmo com sintomas da doença.
Procurada pela reportagem, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) informou que possui protocolos de afastamento para servidores e segue as orientações dos órgãos de vigilância sanitária.
De acordo com o Sind-Saúde, apenas após a solicitação de reuniões com a direção do Júlia Kubitschek e com a Fhemig, um despacho oficial sobre a suspensão das férias foi divulgado aos trabalhadores. O documento segue abaixo:Foto: Sind-Saúde / Divulgação
Neuza Freitas afirma que avisos de retorno ou adiamento de férias e folgas é um expediente comum no serviço público. Ainda assim, os trabalhadores não concordam com a forma como foi feito, sem avisos oficiais ou comunicação com antecedência.
"A gente sabe que a situação no hospital está complicada. Estamos informando ao governo estadual desde dezembro, quando a superlotação já era previsível. Não justifica informarem de última hora", pondera.
Em reunião com a direção do hospital do Barreiro, foi firmado um acordo para que a situação de cada funcionário seja avaliada individualmente. O sindicato ainda espera resposta do governo estadual e da Fhemig em relação ao pedido de reunião.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG) foi procurada pela reportagem, mas ainda não respondeu.
Segundo a Fhemig, que gerencia o hospital, nenhuma medida de suspensão de férias dos servidores partiu da Administração Central da fundação. O escalonamento dos funcionários, diz o órgão, é de competência da direção do Júlia Kubitschek.
Ainda de acordo com a Fhemig, os setores administrativos do hospital estão negociando com cada servidor. Trabalhadores de setores menos impactados pelo avanço da pandemia terão as férias mantidas.
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