Motoristas que abasteceram os veículos nesta quarta-feira (16) encontraram o litro da gasolina comun a R$ 5,69 em Belo Horizonte. O aumento, anunciado pela Petrobras, de R$ 0,41 no combustível e de R$ 0,78 no diesel, deixou os condutores indignados.

“É um absurdo. Isso é uma falta de respeito com o consumidor. Eles abaixam de cinco em cinco centavos e depois sobem de uma vez R$ 0,50”, lamentou o motorista de aplicativo Marcelo Souza da Fonseca, de 44 anos.

Donizete Maciel Ribeiro, de 63, também é motorista de app e questiona os motivos do reajuste. “Primeiro foi o do diesel e agora da gasolina. Não ouvi falar se aumentou o preço do barril do petróleo. Já era para ter esse aumento nas bombas? É complicado”, lamentou o trabalhador.

Na capital, o Hoje em Dia encontrou a gasolina comun a R$ 5,69 em vários postos. A aditivada chega a R$ 5,89. Já o diesel, R$ 5,89 nas bombas.

(Valéria Marques / Hoje em Dia)

A Petrobras anunciou na terça (15) um aumento nos preços às distribuidoras, válido a partir de hoje. A estatal destacou que o "o valor efetivamente cobrado ao consumidor final no posto é afetado também por outros fatores, como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda".

Apesar das altas, a companhia diz a variação acumulada em 2023 nos preços dos combustíveis apresenta redução de R$ 0,15 por litro para a gasolina e de R$ 0,69 para o diesel.

'Aumento-bomba'

O presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Minas (Sindtanque-MG), Irani Gomes, disse que o reajuste é um absurdo.

“As transportadoras de combustíveis e derivados de petróleo em Minas receberam como uma bomba esse aumento de 25% sobre o diesel. É impossível absorver este aumento de um dia para o outro. A Petrobras não deu nenhuma explicação e elevou o diesel a mais de R$ 1,00 na bomba. Nós pedimos que a Petrobras reveja esse aumento para que não haja uma “quebradeira” nas transportadoras. Não há condições, nesse momento, de fazer um repasse de 25% no valor do frete", disse Gomes.

Em nota, a Petrobras justificou que está no limite da otimização operacional, sendo necessário realizar ajustes de preços para os combustíveis “dentro dos parâmetros da estratégia comercial”, visando “reequilíbrio com o mercado”.

Na avaliação da companhia, a nova política de preços evita repassar aos consumidores a “volatilidade conjuntural do mercado internacional” e da taxa de câmbio.