A prefeitura de Porto Ferreira, no interior de São Paulo, decidiu cancelar o desfile oficial de carnaval deste ano. Os R$ 120 mil que seriam destinados à organização do evento serão usados na compra de uma ambulância para o departamento de saúde. O anúncio foi feito pela prefeita Renata Braga (PSDB), em reunião com representantes dos blocos, na tarde de segunda-feira (4). Os carnavalescos esperavam que a reunião definisse a verba de cada bloco.
A prefeita explicou que a cidade vive grave crise financeira. "Todos sabem o quanto eu gosto de carnaval, por isso foi com dor no coração que fiz o anúncio, mas atravessamos uma crise financeira muito séria e a saúde é prioridade." Ela disse esperar que a decisão seja bem aceita, apesar da importância da festa. Os desfiles carnavalescos são realizados desde 1900 na cidade.
O cancelamento do desfile não impede que os seis blocos oficiais saiam às ruas durante o carnaval, mas os representantes precisam informar o percurso com antecedência à Seção de Cultura e a Polícia Militar. O único apoio que a prefeitura dará às agremiações este ano serão as camisetas.
Sem repasse
Em Sorocaba, a prefeitura decidiu não repassar verba à Liga Sorocabana de Blocos e Escolas de Samba para o carnaval de rua deste. O prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) levou em conta a crise econômica pela qual o País passa e, ainda, a falta de meios para transferir recursos para as escolas, que não integram um grupo juridicamente constituído. A prefeitura informou que apoiará as iniciativas das escolas, desde que não onerem os cofres municipais.
A prefeitura de Campinas também cancelou o desfile das escolas de samba e apresentações dos trios elétricos do carnaval deste ano. O objetivo é economizar R$ 1,3 milhão que seriam gastos com a festa. O município informou que vai apoiar os blocos carnavalescos independentes, com banheiros químicos e segurança. Lorena e Guaratinguetá, no Vale do Paraíba, também cancelaram os desfiles do carnaval de rua deste ano por falta de recursos.