Júlia Gomes conta que estava passeando pelo Pátio Savassi quando foi abordada por um segurança, que perguntou "o que ela estava fazendo ali". Segundo ela, o questionamento se deu quando estava descendo a escada rolante e, em seguida, se sentiu coagida e constrangida pelo homem. Muito abalada e sem saber como reagir, a jovem foi para a praça de alimentação esperar pelo tio, o artista visual e empresário Vitor Bedeti.

Nas redes sociais, o tio contou que encontrou a sobrinha aos prantos. "Ela se sentiu assediada, humilhada, pois estava na frente de outras pessoas que transitavam pelo lugar. Se sentiu perseguida, pois vários seguranças a estavam observando com desconfiança. Ela ficou tão incomodada que acabou fazendo uma compra que não queria para se resguardar de que era cliente do shopping", desabafou o empresário.

Após o ocorrido, os dois procuraram a chefe dos seguranças do shopping para relatar o acontecimento e pedir providências.

Nesta segunda-feira (21), a jovem, que tem mais de três mil seguidores em uma rede social, postou um vídeo agradecendo as mensagens de apoio e carinho que vem recebendo. "Isso me dá forças pra continuar e levar o caso adiante".

Em nota, o Pátio Savassi informou que está apurando os fatos e reitera que não compactua, não tolera e repudia qualquer atitude discriminatória. "Imediatamente ao tomar conhecimento da situação relatada pela cliente, a equipe de atendimento prestou suporte a ela e buscou verificar o ocorrido. O segurança que fez contato com a cliente afirmou que a abordou para lhe oferecer ajuda".

O shopping também disse que permanece aberto ao diálogo e está à disposição das autoridades.

Insatisfeito com o a resposta recebida do centro de compras, Vitor Bedeti desabafou no Instagram: "Não se trata de um pedido de desculpas, queremos saber quais impactos nossa denúncia causa na mobilização necessária para que esses episódios de racismo não se repitam".

Segundo a assessoria da Polícia Civil, Júlia Gomes registrou, nesta segunda-feira (21), a denúncia de discriminação na Delegacia Especializada de Investigação de Crimes de Racismo, Xenofobia, LGBTFobia e Intolerâncias Correlatas (Decrin).