O Brasil está vivo no torneio masculino de basquete dos Jogos do Rio pelo menos por mais algumas horas. A equipe voltou a vencer na tarde desta segunda-feira ao bater a Nigéria por 86 a 69 na Arena Carioca 1 com ótima participação de Nenê, cestinha com 19 pontos. O resultado pela rodada final da fase de grupos só não garante a classificação para a próxima fase porque será preciso torcer, ironicamente, para a Argentina, grande rival e algoz na derrota de sábado. O país vizinho precisa vencer a Espanha, às 19 horas.
De qualquer forma o destino será cruel com a equipe da casa na sequência da Olimpíada. Caso a Espanha vença, a equipe será eliminada à distância, sem estar em quadra. Se der Argentina, resultado desejado pela seleção brasileira, o destino nas quartas de final será enfrentar os favoritos ao ouro, os Estados Unidos, os únicos a terem vencido as cinco partidas iniciais.
A partida final da seleção na fase de grupos teve o resumo das falhas do Brasil na primeira fase. A equipe sentiu o mesmo nervosismo da estreia, contra a Lituânia, junto com os habituais erros ofensivos. Quem ajudou a salvar a atuação foi Nenê, que pela primeira vez foi decisivo para a seleção nestes Jogos do Rio. O cestinha teve o nome gritado pela torcida.
A fragilidade do adversário foi também determinante para o resultado. A Nigéria vinha de quatro derrotas e demonstrou ser bem mais limitada do que os demais integrantes do grupo. A equipe chegava pouco ao ataque, fora ter uma defesa fraca e bastante dificuldade para pegar rebotes, fundamento em que Nenê foi decisivo, com sete.
A derrota na segunda prorrogação para a Argentina, no sábado, enfraqueceu o apoio da torcida. Um ginásio bem menos efusivo e barulhento acompanhou a decisão contra a Nigéria. Os africanos surpreenderam, ao começar melhor e fazer 16 a 15 no primeiro quarto. O Brasil voltou a errar demais na parte ofensiva. Foram dez tentativas de arremessos de três para um acerto.
O jogo poderia ter iniciado de forma até pior, se não fosse Rafael Hettsheimeir começar a aparecer. Nas quatro partidas anteriores ele teve atuação discreta. Porém, foi a vez dele despertar nesta segunda-feira. Somente no primeiro tempo foram dez pontos. A equipe conseguiu a virada e foi para o intervalo com 42 a 31 a favor graças também às boas entradas de Cristiano Felício e Vitor Benite, já no segundo quarto.
A metade final do jogo foi equilibrada. O Brasil não conseguiu manter o bom momento e foi para o último quarto com a perigosa e pequena vantagem de sete pontos. A Nigéria passou a errar menos e continuou com muito mais pontaria nas cestas de três e lances livres. A equipe da casa sentiu o nervosismo e arriscou lances em que sequer a bola chegou a tocar a tabela.
A tranquilidade só veio a cinco minutos do fim. A torcida passou a gritar por Nenê e em quadra, o veterano de 33 anos comandou uma boa sequência de pontos para tirar o time do aperto enquanto a Nigéria passava mais de seis minutos sem fazer cesta. A vitória manteve a esperança e diminuiu a frustração do elenco. Em cinco partidas, foram somente duas vitórias e três derrotas.