Caso Lorenza

Mais 14 testemunhas devem ser ouvidas no segundo dia de julgamento do promotor André de Pinho

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
09/08/2022 às 09:07.
Atualizado em 09/08/2022 às 11:10
 (Valéria Marques / Hoje em Dia)

(Valéria Marques / Hoje em Dia)

Quatorze testemunhas estão previstas para serem ouvidas nesta terça-feira (9), segundo dia de audiência de instrução e julgamento do promotor André Luís Garcia de Pinho, de 52 anos, acusado de matar a esposa em Belo Horizonte em 2021. As oitivas começaram na manhã de ontem, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, na região Centro-Sul da capital, quando sete das 37 pessoas listadas testemunharam.

Nessa segunda-feira (8), Marco Aurélio, pai de Lorenza, contou que o genro era quem usava o celular da filha e respondia as mensagens como se fosse ela, impedindo que eles mantivessem contato. O homem relatou ainda que a filha estava com depressão.

Segundo o familiar, depois do crime ele teve acesso a vídeos que mostravam Lorenza com a saúde fragilizada. Marco Aurélio ainda relatou que André de Pinho teria tentado impedir o acesso da irmã gêmea da vítima ao funeral. 

"No caminho para BH, eu recebi uma mensagem dizendo que o funeral seria realizado no dia 3 de abril, às 12h, somente com 10 pessoas no recinto, e estava proibida a presença da minha filha, irmã gêmea da Lorenza, no recinto. Mensagem que foi enviada pelo André de Pinho", recorda. 

O pai de Lorenza detalha que as filhas não se falavam há cerca de 6 anos por intrigas causadas pelo réu. Uma das brigas teria sido motivada pela suposta ligação do promotor para o emprego de Lorenza, pedindo que ela fosse despedida. 

(Valéria Marques / Hoje em Dia)

(Valéria Marques / Hoje em Dia)

Denúncia

Em agosto do ano passado, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou o promotor pelo assassinato de Lorenza Maria Silva de Pinho. André foi preso dois dias após o crime e segue em prisão preventiva desde então.

Na denúncia, o MPMG acusa André por crime de feminicídio com três agravantes: motivo torpe, meio cruel e meio que dificultou a defesa da vítima. Dois médicos que assinaram o atestado de óbito de Lorenza também foram indiciados por terem fraudado o documento, mas eles respondem ao crime em outro processo.

Conforme denúncia do Ministério Público, André matou Lorenza porque ela "havia se tornado um peso para ele" em razão de problemas com álcool e remédios e de uma depressão profunda.

Relembre o caso

Lorenza morreu no dia 2 de abril, no apartamento onde morava, no bairro Buritis, região Oeste de BH, inicialmente por engasgar. O corpo chegou a ser levado para uma funerária, mas um delegado determinou que fosse encaminhado ao Instituto Médico Legal. O promotor sempre negou ter cometido o crime, mas foi preso dois dias após a morte da mulher.

A prisão de André foi confirmada pela Justiça no dia 3 de maio, pouco antes de vencer o prazo da prisão temporária. A decisão atendeu pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). No dia 12 de maio o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decidiu, por unanimidade, pela manutenção da prisão preventiva do promotor.

Lorenza deixou cinco filhos, de 2, 7, 10, 15 e 16 anos. Em audiência na Vara da Infância e Juventude, a Justiça decidiu, provisoriamente, que a guarda ficaria com amigos próximos ao casal.  

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