'Me Beija que eu sou pagodeiro' agitou o bairro Gutierrez, neste domingo; veja fotos

Liziane Lopes
llopes@hojeemdia.com.br
19/02/2017 às 11:40.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:36

O bloco "Me Beija que eu sou pagodeiro" saiu às ruas do bairro Gutierrez, na Região Oeste de Belo Horizonte, neste domingo (19) e arrastou cerca de 10 mil foliões segundo os organizadores e a Polícia Militar. A concentração começou às 9h, na avenida Franscisco Sá, esquina com rua Bernardino de Lima. Depois, os foliões seguiram pela avenida até a Praça Leonardo Gutierrez. 

O bloco foi criando em 2014 e reúne o pagode dos anos 90 com ritmos de grupos como Raça Negra, SPC, Molejo, Art Popular e Katinguelê, além dos arranjos da bateria com marchinhas de carnaval e samba-reggae. "O pagode é um gênero que muita gente considera de mau gosto, mas eu descobri que a minha geração, pessoas entre 30 e 35 anos, tem uma memória afetiva com os clássicos dos anos 90, quando a gente era adolescente. É algo comum da geração, que de fato se confirmou, já que o bloco atrai a cada ano mais pessoas", explicou um dos fundadores do bloco, Matheus Brant. 

A professora Raquel Farnese é um exemplo dessa geração. Ela tem o vinil do Raça Negra e todo ano faz questão de levar a capa do disco com a imagem do grupo para o desfile. "Várias pessoas pedem para tirar foto com o LP. Até o pessoal do bloco já tirou", conta animada. O maquinista Deivison Pereira foi uma dessas pessoas. Ele e os amigos fizeram várias poses junto com disco da professora. "É muito bom. Tô gostando demais", disse.

A veterinária Michele Lessa aproveitou para levar o namorado do Rio Grande do Sul para conhecer o carnaval de Belo horizonte. E o gaúcho Rodrigo Vieira aprovou a folia mineira. "De bom pra ótimo. Gostei muito", comentou.

Teve gente que caprichou na fantasia. O engenheiro eletricista Glader Ramalho estava vestido de Chapolin e o amigo dele, Jorge Luiz, que é professor, estava de Kiko. "Estávamos fantasiados na volta da Lagoa da Pampulha no ano passado, uma forma de levar alegria para corrida. Agora queremos usar a roupa sempre", explicou Glader. Liziane Lopes 

Mauro disse que conseguiu juntar 15 quilos

Já para o catador de material reciclável Mauro Ribeiro, a folia foi diferente. Ele contou que consegue juntar por noite cerca de 4 quilos de latinha. E em apenas algumas horas no bloco deste domingo, ele juntou cerca de 15 quilos. "Enquanto o povo se diverte e bebe, eu vou juntando. Muito bom. Muito bom mesmo. Agora é só voltar pra casa", comemorou o senhor de 72 anos.

Polêmica

 publicou, Matheus Brant, um dos fundadores do bloco, recebeu ameaças por e.mail por causa dos ensaios no bairro, que estariam causando muita confusão. "Não queira arrumar problemas com quem é muito superior a você em influência e justiça" é uma das frases da mensagem. Matheus não registrou Boletim de Ocorrência, mas divulgou o texto recebido em seu perfil no Facebook. Rapidamente, o material viralizou nas redes sociais.  

Também pelo Facebook, o bloco se manifestou sobre o ocorrido: "O Bloco Me Beija Que Eu Sou Pagodeiro esclarece que não tem nenhuma ligação com os carros de som espalhados pela Av. Francisco Sá, durante o dia de hoje. Nosso ensaio aconteceu de forma tranquila e harmoniosa num Estacionamento, na mesma rua, número 1001, com portas fechadas, onde arrecadamos fundos para o nosso cortejo que acontecerá no próximo mês. Somos a favor de um carnaval limpo, cheio de amor, alegria, e acima de tudo, com muito respeito ao próximo".

O incidente virou samba. O músico Tiago Delegado, de 33 anos, compôs uma canção ironizando o e-mail encaminhado ao músico e também advogado Matheus Brant. "Garoto Matheus! Grande desordeiro / Só porque assume / Que é pagodeiro / Tá cheio de gente / Puxando sua rédea / No bairro careta / Lá da classe média...", diz o samba.

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